Mais uma vez tirei um tempo pra escrever-te...
Sei que estou a ser tola em ainda falar-te dessas coisas que talvez tenham passado para ti,
mas sabes o quanto sempre fui teimosa.
Nunca consegui aceitar as coisas que n�o compreendo.
Ficou muita coisa por dizer, muita coisa por esclarecer,
ficou tudo a meio, foi um fim que para mim n�o chegou a acontecer.
Queria come�ar por perguntar-te acerca da raz�o de tudo isso,
mas covarde como sei que �s ainda te usarias do sil�ncio pra te esconderes.
Mas preciso faz�-las a mesma, ainda que n�o obtenha resposta alguma,
ao menos fico com a paz de t�-las feito.
Porque trocaste as nossas conversas pelo sil�ncio?
Porque trocaste as nossas noites de amor pela dist�ncia?
Porque trocaste a tua presen�a pela saudade?
Aonde guardaste aquele todo amor que dizias sentir por mim?
Porque te foste embora sem te despedir?
Foi t�o f�cil para ti, deixar as coisas como se n�o te importassem?
Como tens andado?
Tens conseguido dormir quando a noite chega?
Tens cuidado de ti?
Como tem corrido as coisas sem mim?
Fiz-te diferen�a?
Tens saudades minhas tanto como as tenho de ti?
Esqueceste-me, ou finges t�o bem quanto eu?
Diferente dos outros sil�ncios, o teu sil�ncio faz barulho,
faz barulho no meu cora��o, e perturba-me,
faz com que passem imensas ideias na minha cabe�a.
As palavras ficaram escassez,
esgotadas pela espera e pela dor da tua partida,
pela dor da tua aus�ncia sem o meu consentimento.
Por vezes constru�mos um amor, um sonho, uma hist�ria
e acreditamos que vivemos ela com algu�m,
sendo que passamos a hist�ria inteira do lado, vivendo-a sozinha.
Amei-te de uma forma arrebatadora e insensata,
deixei tudo pra tr�s,
dei-te a minha alma e lutei por ti at� o fim,
porque acreditei que n�o era uma luta minha,
mas sim uma luta nossa.
Mas venho a descobrir que aquela foi uma luta solit�ria.
Estou aqui sentada no vazio e no sil�ncio do meu quarto,
tentando juntar todas as pe�as que deixei escapar pelo caminho,
tentando entender quando foi que nos perdemos,
quando foi que tu te tornaste nisso e eu n�o vi.
Come�o a acreditar que sempre foste isso, e eu � que n�o vi.
Ou talvez todos os sinais tenham me apontado para isso, e eu n�o os ouvi,
apenas ouvia as tuas promessas de um futuro melhor, ignorando toda minha sensatez.
O amor torna-nos cego, e s� percebi isso ap�s a tua ida.
Estava cega amor, cega pelas tuas justifica��es,
cega pelo amor que dizias sentir por mim,
pelas tuas demonstra��es constantes de carinho.
Durante muito tempo quis acreditar que o amor que eu sentia por ti era o mesmo que tu sentias.
Foi erro de c�lculo achar que assim como eu, estavas disposto a tudo para estar do meu lado.
Envolveste-me numa teia de mentiras e ilus�es,
n�o foste correto comigo.
E no fim das contas � isso que mais me d�i,
a sensa��o da nossa hist�ria ter sido uma completa mentira,
e tu teres sabido o tempo todo.
Queria ter podido sair a tempo,
queria ter sabido a tempo no que estava a meter-me
para poder sair com a cabe�a erguida diante de ti.
Mas a partir daqui todas as palavras tornaram-se in�teis,
seguiste com a tua vida,
e tiraste-me dos teus planos.
Acredito que nunca tenha feito parte deles.
Foste embora sem avisar-me que um dia irias,
que um dia me deixarias s� com todas as tuas lembran�as.
A �nica certeza que me resta � que quero esquecer-te.
Quero mesmo esquecer-te e esquecer que, um dia,
disse e acreditei que tu eras o homem da minha vida...
Imelda Sitole
Vim aqui s� para dizer que estou desistindo de voc�.
Como deve imaginar, n�o deve ter sido uma decis�o f�cil,
mas venho desistindo a algum tempo.
Em cada espera,
em cada visita adiada,
em cada hist�ria mal contada,
em cada noite mal dormida,
em cada falta de afeto.
Enfim, desisti!!!
Espantado? Eu tamb�m.
N�o esperei que esse dia fosse chegar.
Tal como voc�, acreditei que ficaria agarrada a esse amor at� o fim dos meus dias.
Muitas vezes desistir � uma forma de ganhar.
E depois de muito cair,
eu compreendi que ao desistir de voc�,eu s� estaria ganhando.
Ganhando de volta a minha liberdade, minha paz, e meu amor pr�prio.
Imelda Sitole
Tem dias que s� queremos tirar uma folga do mundo,
dar uma pausa da vida,
deixar de pensar,
e sentir por alguns segundos,
sem press�es, sem cobran�as,
sem saudades, sem lembran�as,
sem vontades,
apenas um lugar que nos acolha,
nos permita ficar e nos traga um pouco de paz...
Imelda Sitole