Amanhecer
O sol ainda n�o despontou,
o mar n�o se distingue do c�u,
aos poucos, o clar�o do astro rei,
enviar� seus poderosos raios
a dividir o infinito distinto.
C�u, mar, horizonte sem fronte.
Ondas aproximam-se da praia,
a varrer a areia em t�nue v�u.
A onda p�ra, e novamente parte,
num vai e vem inconsciente.
Lento clarear sobre coqueiros,
a iluminar suas palmas,
como l�nguas verdes ,
pelo orvalho da noite molhadas.
Um p�ssaro canta, entreaberto ramo,
Ninho protegido, chuvas, invernadas.
Outro p�ssaro, mais outro, revoada.
O sol entra em meu quarto,
na penumbra da noite que finda.
Mel�dico e quente despertar.
Ilhas de luz flutuam na parede,
Sombras de flores azuis, cores.
Ningu�m det�m a for�a da aurora.
Um raio sobre meu corpo,
abra�a-me, beija-me, aquece-me.
Meu cora��o bate mais forte.
Sinto o cheiro dos jasmins,
Ger�nios, rosas, erva-doce, alecrins.
Levanto-me com o cheiro da primavera.
Tremor do tempo, a esquecer.
Embrulho a ang�stia da sensibilidade,
amasso a saudade, sem piedade.
Ergo-me a renascer...
Barulho de ondas no ar.
Ondas... devagar dirijo-me ao mar.
Algas, sarga�os, abstrato divagar,
o mesmo sentir no amanhecer,
o mesmo querer no adormecer,
o mesmo sonhar,
o mesmo desejar: Voc�!
Ana Maria Marya
04/09/2007
Ita/Ba/Brasil