Gotas de Vida
Amedrontada, temor infantil,
presen�a long�nqua permanece.
N�o tenho sossego.
Ferida ainda a cicatrizar,
dor real, tempo a esperar.
Outrora, a mim tivestes,
sentiste meu calor,
gotas de vida, momentos de amor.
A tombar a gota, o tempo deixou,
a ficar, n�o partir, muito lutou.
A gota a despencar, n�o esque�o.
Semblante querido, admirado,
cada tra�o, peda�o, neste espa�o,
a envolver-se em neblinas.
Silhueta amada, desejada, pade�o.
Esfor�o-me. Esconder o amor represado.
Olhos sem perspectiva,
face inexpressiva,
palavras sem nexo.
frases sem profundidade.
Tempo,sem saborear teus orvalhos.
Sedimentos, fundo de um copo.
�mago de uma vida, plena, completa,
a germinar em todas as esta��es.
Luminosidade inexistente,
densa floresta, mist�rios.
Serenidade mec�nica, aleat�ria,
j� po�a d��gua, as gotas ca�das,
horas n�o vividas, perdidas.
E o tempo deixa tombar mais gotas,
dor e medo alternam-se, me arraso,
Liberto, n�o em gotas.
Liberto num sonho melodioso,
vendaval de aspira��es, inspira��es,
esse amor recluso, precioso, ardiloso.
Embriagu�s de madrugadas, luares.
Sozinha, percorro o espa�o,
cabe�a baixa, olhos marejados.
Entardeceres azuis.
Uma vez mais... choro ao ocaso.
Ana Maria Marya
20/07/2008
Ita/Ba/Brasil