Estranha duplicidade...
Deitada sobre folhas,
Sinto-me mulher brejeira,
ess�ncia... flor de laranjeira.
Percebo minha dupla vida,
desprendida, descuidada,
desse meu jeito de viver.
Mordo no l�bio meu,
folha cheirosa, leguminosa.
Bastante saudosa,
penso no corpo teu.
Levei-te meu cheiro,
dei-te o corpo meu.
Odor... flor selvagem, mato.
E tu me chamavas,
-querida flor do mato-!
Arre!!!
Vivi com teu perfume,
que o tempo volatizou.
Teu cheiro, cheiro de cidade.
Griffes, flores c�ndidas, especiais,
perfumes, aromas, ess�ncias reais!
Cheiro venturoso, dengoso,
inconfund�vel, voluptoso.
Andorinhas, revoada,
frio, ventos de inverno.
Botas, cal�as jeans...
Blusa xadrez.
Org�nica! Tel�rica! Humana!
Jamais imaginei-me assim.
Estudos, col�gio franc�s,
a falar outro idioma,
roupas, timidez, outro aroma!
Bateu-me... Saudade!
�Caron�!
�Fleurs de Rocaille�
Cabisbaixa, cora��o em chama,
piso n`�gua, po�a de lama.
Meu salto sete e meio?
L�grima furtiva, confusa,
molha-me a blusa.
C�i a tarde, cores, permeio.
Natural, sil�ncio, rotina,
doce, acridoce devaneio.
Sonhos a meio!
Amo estrelas,
Respiro Aromas!
Ardente semblante,
Sequioso seio!
Paciente, sem maldade,
Voltarei breve � cidade.
Estranha, caprichosa, atrevida.
Doce duplicidade, louca vida!
�Ana Maria Marya
21/06/2009
Ita/Ba/Brasil
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