Ningu�m sabe o que a gente leva dentro.
At� os mais pr�ximos, os mais �ntimos, os mais de tanto tempo. Eles tamb�m n�o sabem o que a gente leva dentro. E s�o tantas coisas que nos acompanham. Tantos sentimentos, medos, desilus�es, alegrias incontrol�veis, tristezas profundas, suspiros, tantos, quantos.
Quantos somos dentro?
Podemos ser quem a gente quiser. Eu, ao menos, me visto de v�rias em um mesmo corpo. Sou tantas aqui. E todas querem se exibir em demasiado para a vida. Todas querem uma felicidade que n�o existe, apenas nos contos, nas fadas. Todas querem sorrir sem motivo. Sem lugar, desmedidamente. Todas querem um amor pra vida. Um mo�o que consiga lhes tirar os p�s e a cabe�a do lugar. Todas querem enxergar a sinceridade nas pessoas, elas querem acreditar no ser humano de novo.
Podem saber da nossa hist�ria, do nosso passado, dos erros presentes, das crises presentes, das alegrias presentes, mas n�o do que trazemos dentro. Ningu�m sabe o que somos dentro.
Enxergam, escutam, opinam. Mas eles n�o sabem. Eles pouco - ou nada - sabem de n�s.
Falar pode esvaziar alguma tristeza, sorrir pode nos proporcionar a possibilidade de compartilhar uma alegria, abra�ar pode curar um cora��o partido, um orgulho ferido, um sentimento colocado no lugar errado.
As pessoas conhecem a nossa vers�o, o nosso lado, as nossas queixas, mas n�o a nossa ess�ncia. Pouca gente sabe como a gente convive por dentro, sente, e �. De verdade.
Apenas n�s levamos na bagagem da vida a nossa melhor parte, e o nosso mais bonito lado: o de dentro.
Bibiana Benites