"J� faz um tempo que meu canto tem a mesma cor, o mesmo som, a mesma dor. O mundo n�o muda quando meus olhos permanecem os mesmos. N�o falar de amor pra mim � virar o rosto, esconder o beijo, fechar os olhos e mentir pro mar. N�o ler, reler, nem viver. O amor me segue no beijo que sinto, no sonho que vivo, com as lembran�as que deito. Amor aqui dentro � tempo, imprevis�vel. Fujo do previs�vel como quem foge do passado. Corro pro presente, pro medo, me cubro de planos que mal planejo. Quando desejo o que ainda n�o vive, pressinto. Se pressinto, logo perco. Perco a dose do beijo. Perco a noite que n�o durmo. Perco a saudade que n�o sinto e envolvo a dor que n�o vejo, mas quando perco o tudo, amanhe�o. E se escrevo, no verso eu vejo um mundo e me ordeno: "Entenda o mar pelo avesso". Trago a poesia fundo e aceito: Sou mulher de in�cios. Um recome�o. Por tudo o que parece ser t�o pouco, hoje n�o corro. Ando na vida e respiro os raros por que ser feliz requer paci�ncia e escrever amor, ainda salva a minha alma do mundo".
By Priscila R�de
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