Num recanto sem data e sem ternura,
E mais, sem pretens�o a ser recanto,
Descobri em teu corpo o amargo canto
De que despenca para a desventura.
H� nos recantos sempre uma segura
Desvantagem de unir o desencanto
E � por isso talvez que n�o me espanto
De ali perder teu corpo e a ventura.
De viver entre atento e descuidado,
Mirando o pardo t�dio que descansa
Nos sub�rbios do amor desmantelado.
E s� para ganhar mais espessura
Eu resolvi fazer esta lembran�a
De um recanto sem data e sem ternura.