Os olhares deixam-se tecer pelos fios da espera.
Em tuas aus�ncias, descubro-me em ansiedades
Rendida � ternura do lembrar, ao afago do recordar
� como se entregasse o peito ao desatar do sentir
E num soprar de sil�ncios incontidos, confessasse-me
Renegando o claustro, a tortura do emudecer-me
� que os versos aliciam minha pretensa quietude
Derramam-me de quaisquer supostas medidas
Transbordam insones nas �guas despertas
Do cora��o que s� se sabe a viver em ti
� que deste �s minhas letras tuas senhas
As entrelinhas dos teus desejos e express�es
Assim conjugo-te em meus assombros
Como se o �eu� e o �tu�, a qualquer tempo
Fossem sempre feitos do inequ�voco n�s
Ardem em minhas m�os os teus gestos
E tudo parece combinar com o tudo de mim
Entrela�am-se meus dedos quase sem ar
Como a buscar vest�gios do que n�o foi dito
Vezes, dispensas a palavra, o passo seguinte
Asfixiando o que tanto sei e que n�o revelas
Mais ainda ficas em mim nesses momentos
Quando te pensas � salvo em tuas fugas
Nesses dias, em que tudo me falta
E um fino fio me sustenta a alma
Alterno-me entre luas prateadas de saudades
E dias que me escrevem sobre teus cheiros
Como se a vis�o fosse tamb�m olfato e paladar.
Minhas m�os sempre acham que vir�s
E comp�em e me delatam sem pudores
Dizem dos meus encantamentos e del�rios
Desse estremecer permanente que me rodeia
Quando te vejo em meus olhares........
Fernanda Guimar�es