A Paz e a Lua
Eu quero a Paz, a grande Paz
da Lua sozinha no c�u.
A paz sem a menor lembran�a,
a paz de quem nunca viveu.
A Paz que reina nos dom�nios
onde n�o h� musgos nem germes.
E n�o h� sulcos nos caminhos.
E h� seiva debaixo da neve
A Paz sem devaneios, dentro
dos seus n�tidod horizontes.
A Paz dos cristais no sil�ncio
sem nenhuma id�ia de som.
A Paz que precedeu as sombras,
a que antes das tr�guas nasceu.
A que nos tempos n�o se encontra,
a que foi desejo de Deus.
Eu quero a Paz com perfei��o
de flor e orvalho, eu quero a Paz
ao alcance das nossas m�os,
com a subst�ncia e as cores do n�car.
Por�m eu quero a Paz acima
de qualquer sopro humano- ou m�cula.
Com delicadezas de vime
guardada de todo contato.
Assim como a Lua sem noite
e sem espa�o, de t�o leve,
miragem que se desvanece
em frente ao anjo anunciador.
A Lua sem anjo ou dem�nio,
alheia aos mares que descobre
no caminho da solid�o
para l� da vida e da morte.
Eu quero a lua toda pura,
a lua sem vendas nos olhos.
Enquanto a Terra em febre estua,
a Lua completa- e n�o cora.