Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de m�goa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.
Ela s�, quando amena e marchetada
sa�a, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de �a outra vontade,
que nunca poder� ver-se apartada.
Ela s� viu as l�grimas em fio,
de que uns e outros olhos derivadas
se acrescentaram em grande e largo rio.
Ela viu as palavras magoadas
que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso �s almas condenadas.
Lu�s de Cam�es
Porto de Abrigo