HIST�RIA 6� FEIRA SANTA
� costume, pelo menos a partir do s�culo segundo, a comemora��o da Sexta � feira santa. Nesse dia relembra a Igreja o dia da morte do Salvador. Santo Ambr�sio (333-397) chama a sexta-feira santa de �Dia da amargura�; no tempo de Tertuliano (160-220) era chamado �Dia da P�scoa�, ou seja: passagem do Senhor pela morte. Tanto no Oriente como no Ocidente existia j� o costume de n�o se celebrar a eucaristia nesse dia. Em alguns lugares, l� pelo s�culo s�timo, era mesmo costume que as Igrejas ficassem fechadas o dia inteiro. Foi sempre um dia dedicado � contempla��o dos sofrimentos de Jesus. Em vez da Eucaristia, neste dia celebra-se uma a��o lit�rgica que compreende tr�s partes: 1. Leituras e ora��es; 2. Adora��o da Cruz; 3. A comunh�o.
Liturgia da Paix�o
A primeira parte da liturgia de hoje reproduz as antigas assembl�ias crist�s de leitura da palavra de Deus e de ora��es, celebradas durante a semana. A Eucaristia era celebrada somente nos domingos. At� o ano 500 era essa a �nica fun��o lit�rgica da sexta-feira santa; come�ava � tarde, �s tr�s horas, quando terminava o jejum solene. Inicialmente havia tr�s leituras, como tamb�m as encontramos na liturgia atual. Seguem-se as solenes ora��es que, como sempre eram rezadas antes do Ofert�rio da Missa. Depois do s�culo VI essas ora��es desapareceram da liturgia, restando apenas na sexta-feira santa. Hoje em dia elas foram novamente introduzidas na liturgia e j� estamos acostumados com elas: s�o as ora��es dos fi�is que rezamos na missa principalmente dos domingos. A segunda parte da liturgia de hoje � a �Adora��o da Cruz�. Essa cerim�nia come�a a ser usada em Jerusal�m depois que, conforme a tradi��o, a cruz de Cristo foi reencontrada pelo imperador romano Constantino. S. Cirilo de Jerusal�m (+386) j� fala dessa cerim�nia: o bispo e os fi�is, em sil�ncio, veneravam a sagrada rel�quia. Outras igrejas logo come�aram a fazer uma cerim�nia semelhante, principalmente as que possu�am uma parcela da cruz verdadeira. Em Roma, possivelmente o costume foi introduzido as partir do ano 600. Havia uma prociss�o da qual o Papa participava andando com os p�s descal�os.
Como em Jerusal�m, tamb�m em Roma, a cerim�nia era realizada quase em sil�ncio total. S� bem depois � que surgiram cantos e hinos que temos at� hoje em dia. Aos poucos a cerim�nia j� n�o se prendeu � venera��o da rel�quia da cruz verdadeira, venerando uma simples cruz, mais claramente o culto se voltava para a pessoa do Redentor. � bom lembrar que a palavra �Adora��o� indica uma venera��o, uma homenagem prestada � cruz que nos lembra a reden��o. � somente a Deus que n�s prestamos verdadeira adora��o, enquanto essa palavra � tomada no seu sentido rigoroso de �reconhecer a divindade de algu�m�. A terceira parte da liturgia de hoje � a Comunh�o, ou a assim chamada �Missa dos pr�-santificados�. N�o � propriamente �Missa�, porque n�o � feita a consagra��o. � apenas um rito de comunh�o. Chama-se �Missa dos pr�-santificados�, porque o p�o eucar�stico foi consagrado na missa da quinta-feira santa. Na Igreja antiga, como j� vimos, havia v�rios dias em que n�o se celebrava a missa: havia apenas as leituras e a cerim�nia da comunh�o. Alias hoje em dia se torna sempre mais comum que, nos lugares onde n�o h� missa, seja feito um �Culto da Palavra�, com leituras e cantos, terminando com a comunh�o distribu�da at� mesmo por um leigo. Nos tempos mais antigos n�o havia nem a comunh�o na sexta-feira santa. Parece que o costume come�ou apenas l� pelos anos 700 mais ou menos. Depois de algum tempo, a comunh�o do povo foi novamente desaparecendo. Deixou de existir totalmente a partir de 1600 e pouco e foi reintroduzida somente pela reforma de Pio XII em 1956.
Pe. In�cio Medeiros, CSsRSantu�rio Nacional