Recados aos amigos distantes
Meus companheiros amados,
n�o vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas � certo que vos amo.
Nem sempre os que est�o mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando � dia.
Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor � que penso
e me dou tantos trabalhos.
N�o condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.
Por mais que longe pare�a,
ides na minha lembran�a,
ides na minha cabe�a,
valeis a minha Esperan�a.
Cecilia Meireles