Os pensadores medievais insistiam em
que h� dois modos de degustar a m�sica.
Uma � a forma vulgar que fica no sens�vel,
no prazer imediato da orelha afagada pelos sons doces.
A outra forma � intelectual: ela eleva a beleza sonora
at� o mundo das propor��es
intelig�veis, at� o pr�prio Deus.
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Na primeira forma os compositores se comprazem
na simples audi��o e comp�em segundo seu capricho.
Na segunda forma, comp�em segundo as regras.
Os primeiros s�o como b�bados que voltam para casa
sem conhecer o caminho. Os outros s�o s�bios
que sabem o que fazem e como o fazem.
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Para os s�bios, a m�sica � uma atividade intelectual
e contemplativa. Ouvindo-a com intelig�ncia penetra-se
no mundo dos mist�rios sublimes,
das regras da harmonia, dos n�meros eternos.
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Assim faziam os Antigos, ensina Casiodoro, mas os
crist�os sobem mais alto e chegam at� a unidade, i.
�, at� a fonte de todas as harmonias, o Criador de todas
as belezas, a Felicidade absoluta. Ent�o,
a m�sica se dilata num �xtase m�stico.