H� muito se diz que amizade verdadeira dura pra sempre.
N�o tem aquelas tempestades da paix�o e nem a calmaria
exagerada do descompromisso. � o meio termo.
� a bonita sensa��o do estar perto e, de repente,
deixar o sil�ncio chegar. N�o exige tanto. Exige tudo.
As amizades nascem do acaso� ou de alguma for�a que faz com
que uma simples brincadeira, uma informa��o, um caderno emprestado,
uma dor seja capaz de unir duas pessoas.
E a cumplicidade vai ganhando corpo,
e o desejo de estar junto vai aumentando, e,
com ele, a sensa��o sempre boa do poder partilhar, de se doar.
H� muito se diz que os amigos verdadeiros
s�o aqueles que se fazem presentes nos momentos mais dif�ceis da vida.
Naqueles momentos em que a dor parece querer superar o desejo de viver.
De fato, os amigos s�o necess�rios nesses momentos.
Mas, talvez, a amizade maior seja aquela em que o amigo
seja capaz de estar ao lado do outro nos momentos de gl�ria,
e vibrar com essa gl�ria. N�o ter inveja.
N�o querer destruir o trof�u conquistado.
Aplaudir e se fazer presente. Ser presente.
A amizade n�o obedece � ordem da proporcionalidade do merecimento.
N�o h� sentido em querer de volta tudo o que com generosidade se distribuiu.
A cobran�a esmaga o espont�neo da amizade.
E a surpresa alimenta o desejo de estar junto.
O amigo gosta de surpreender o outro com pequenos gestos.
Coisas aqui e ali que roubam um sorriso, um abra�o, um suspiro.
E tudo puro, e tudo lindo.
H� muito se diz que n�o � poss�vel viver sozinho.
A jornada � penosa e, sem amparo, � dif�cil caminhar.
Juntos, os p�ssaros voam com mais tranquilidade.
Juntas, as gaivotas revezam a lideran�a para que nem
uma delas se canse demais. Juntos, � poss�vel aos
golfinhos comentarem a beleza de um oceano infinito.
Juntos, mulheres e homens partilham momentos
inesquec�veis de uma natureza que n�o se cansa de surpreender.
Eu te pe�o, Senhor, nessa singela ora��o, que me d�s a gra�a de
ser fiel aos meus amigos. S�o poucos. E imposs�vel seria que fossem muitos.
S�o poucos, mas s�o preciosos. Eu te pe�o, Senhor, que me afastes
do mal da inveja que traz consigo outros desvios. A fofoca.
A terr�vel fofoca que humilha, que maltrata, que faz sofrer.
Eu te pe�o, Senhor, que o sucesso do outro me impulsione
construir o meu caminho, e que jamais eu tenha �nsia de
querer atrapalhar a subida de meu amigo. Eu te pe�o,
Senhor, a gra�a de ser leal. Que eu saiba ouvir sempre
e saiba quando � necess�rio falar.
Senhor, sei que a regra de ouro da amizade consiste
em n�o fazer ao amigo aquilo que eu n�o gostaria que ele me fizesse.
E te pe�o que eu seja fiel a essa inten��o. E sei que essa
regra far� com que o que se diz h� tanto tempo se realize na minha vida.
Que eu tenha poucos amigos, mas amigos que permane�am para sempre.
N�o poderia ter muitos. N�o teria tempo para cuidar de todos. E de amigo a gente cuida.
Amigo a gente acolhe, a gente ama.
Senhor, protege os meus amigos.
Que, nessa linda jornada, consigamos conviver em harmonia.
Que, nesse lindo espet�culo, possamos subir juntos ao palco.
Sem protagonista. Ou melhor, que todos sejam protagonistas,
e que todos percebam a import�ncia de estar ali. No palco. Na vida.
Obrigado, Senhor, pelo dom de viver e de conviver.
Obrigado, Senhor, pelo dom de sentir e de manifestar o meu sentimento.
Obrigado, Senhor, pela capacidade de amar, que � abundante e � sem-fim.
Am�m.