L�b, l�bab (�Cora��o�), s�o dois termos correlatos com o mesmo sentido. O primeiro ocorre 598 vezes e o segundo, 252, tornando �cora��o� o termo antropol�gico usado com mais frequ�ncia no Antigo Testamento. Ele se refere a animais apenas 5 vezes (II � Samuel 17;10
J� 41;24 / Daniel 4;16 / 5;21 / Oseias 7;11). Nas primeiras quatro passagens o uso pode ser metaf�rico. O �cora��o de Deus� � mencionado 26 vezes. As 814 ocorr�ncias restantes referem-se ao cora��o humano.
No Antigo Testamento conhecia-se o cora��o como �rg�o f�sico, mas n�o sua fun��o essencial de fazer circular o sangue. Poucas refer�ncias no Antigo Testamento referem-se ao cora��o como �rg�o f�sico. Oseias falou da �envoltura� (seg�r) ou recipiente de cora��o.
Abigail disse a Davi que o cora��o do marido dela morrera �dentro dele� e que se tornara como uma pedra, apesar de continuar a viver por mais dez dias (I � Samuel 25;37). A express�o �dentro dele� (qereb) � uma indica��o de que os israelitas sabiam que o cora��o ficava dentro da pessoa (I � Samuel 25;37 / Salmo 39;3 / 64;6 / Jeremias 23;9).
Outras passagens do Antigo Testamento indicam a localiza��o interior do cora��o. Je� acertou Jor�o entre os bra�os, de modo que a flecha atravessou seu cora��o (II � Reis 9;24). Ar�o vestia o peitoral sobre o cora��o (�xodo 28;29). Duas passagens podem ser refer�ncias �s batidas do cora��o (Salmo38;10 / Jeremias 4;19 ). (No entanto, nenhum dos dois verbos significa realmente �bater�. O primeiro, h�m�h, � um partic�pio de hmh (�produzir um som�), e o segundo, s�harhar, � uma onomatopeia que significa �vaguear�.
No Antigo Testamento dava-se pouca import�ncia ao aspecto f�sico do cora��o. O mesmo vale para outras 80 diferentes partes do corpo humano mencionadas no Antigo Testamento, que se concentra nas qualidades ps�quicas das partes do corpo, mais do que em suas fun��es f�sicas.
�cora��o�, no Antigo Testamento, refere-se principalmente aos poderes ps�quicos da pessoa.
O Antigo Testamento atribui ao cora��o tudo o que n�s atribu�mos � cabe�a e ao c�rebro � a
capacidade de perceber, raciocinar, pensar, compreender, entender e tomar conhecimento, a consci�ncia, mem�ria, conhecimento, sentimento, vontade e ju�zo.
�cora��o� pode ser usado como sin�nimo de ??????? nepesh (�alma�) e ???????? r�ah (�esp�rito�)
em termos de sentimentos e emo��es. A alegria e tristeza podem muito bem ser descritas por express�es como �dar for�a ao cora��o� ou �trazer refrig�rio � alma� (G�nesis 18;5 / Ju�zes 19;5 / Salmo 104;15). �derramar o cora��o� ou �derramar a alma� (Salmo 62;8 / Lamenta��es 2;19). De modo semelhante, os sentidos de cora��o e esp�rito se sobrep�em. O Antigo Testamento fala de �cora��o quebrantado� e de �esp�rito quebrantado� (Salmo 34;18 / 51;17), do orgulho como elevar-se do cora��o ou do esp�rito (Salmo 131;1 / Prov�rbios 18;12 / Ezequiel 28;2). Como ??????? nepesh e ???????? r�ah �cora��o� pode referir-se � pessoa toda e ser traduzido por um pronome pessoal (Prov�rbios 3;1 / 10;8).
O significado singular de �cora��o� No Antigo Testamento n�o est� em sua express�o de sentimentos como medo, coragem, alegria ou tristeza, mas em sua express�o dos processos intelectuais e volitivos. Wheeler Robinson classificou 20 ocorr�ncias de �cora��o� no Antigo Testamento na categoria intelectual e 195 na volitiva. O uso de �cora��o� no sentido intelectual e volitivo parece concentrar-se na literatura de sabedoria e em Deuteron�mio.
A palavra � usada 99 vezes em Prov�rbios, 42 vezes em Eclesiastes e 51 vezes em Deuteron�mio.
Plat�o fazia uma distin��o clara entre raz�o e emo��o. Os est�icos com frequ�ncia equiparavam a moralidade � supress�o da paix�o e ao controle do desejo pela raz�o.
�Paix�o e v�cio, emo��o e fraqueza eram frequentemente tratados como sin�nimos, e presumia-se que raz�o e falta de escr�pulos, conhecimento e maldade eram mutualmente exclusivos�.
O cora��o, de acordo com Heschel, � a sede de todas as fun��es interiores. Paix�es n�o s�o dist�rbios ou fraquezas da alma. O ascetismo n�o era o ideal das pessoas na B�blia, e a fonte do mal n�o estava na paix�o, mas na cauteriza��o, insensibilidade e dureza do cora��o. O estado ideal no Antigo Testamento n�o � a apatia, como para os est�cios, mas a compaix�o, omo para YHWH. (Oseias 11;8-9).
No Antigo Testamento, o cora��o como centro do conhecimento ou da raz�o � frequentemente associado ao ouvir (Deuteron�mio 29;4 / I � Reis 3;9-12 / Prov�rbios 2;22
18;15 / 22;17 / 23;12 / Isa�as 6;10 / 32;3-4 / Jeremias 11;8 / Ezequiel 3;10 / 40;4 / 44;5).
Uma pessoa inteligente era algu�m de cora��o (J� 34;10), enquanto ao tolo faltava cora��o
(Prov�rbios 10;13), ou dizia em seu cora��o: �N�o h� Deus� (Salmos 14;1 / 53;1). A mem�ria tamb�m � vinculada ao cora��o (Deuteron�mio 4;9 / Salmo 31;12 / Isa�as 33;17 /
65;17 / Jeremias 3;16 / 51;50).
A consci�ncia � vinculada ao cora��o. O cora��o de Davi repreendeu-o em duas ocasi�es: depois que ele cortou a ponta da veste de Saul (I � Samuel 24;6) e depois de fazer um recenseamento das suas for�as militares (II � Samuel 24;10 / I � Reis 2;44 /
Eclesiastes 7;22). O amor genu�no est� arraigado no cora��o (Ju�zes 16;15), apesar de o cora��o n�o ser entendido no sentido �rom�ntico� ou afetivo no Antigo Testamento, como em nosso conceito e linguagem.
Quando o Antigo Testamento diz: �Amar�s o Senhor, teu Deus, de todo o teu cora��o, de toda a tua alma e de toda a tua for�a�. (Deuteron�mio 6;5), �cora��o� est� em primeiro lugar e tem principalmente o sentido de �mente� - se bem que n�o em sentido estrito. Devemos amar a Deus com todo o intelecto, com os sentimentos, com as emo��es, com a vontade � com todo o ser.
Pr Paulo Henrique
"E dar-vos-ei um cora��o novo, e porei dentro de v�s um esp�rito novo;
e tirarei da vossa carne o cora��o de pedra,
e vos darei um cora��o de carne." (Ezequiel 36 : 26)
Tome posse!