Trago � tona este assunto, em fun��o da seriedade e pertin�ncia da mat�ria, pois vejo como lament�vel a indiferen�a que tem caracterizado o povo de Deus nos dias atuais ante os grandes desafios morais e espirituais que nos cercam, principalmente se considerarmos o caminho de dor e sofrimento pelo qual Jesus percorreu.
Em parte, esta situa��o vem se firmando por culpa dos pregadores atuais que levam os membros das igrejas a praticarem um tipo de cristianismo sem sofrimento, sem doen�a, sem dificuldade financeira, sem rejei��o, sem descontentamento, enfim, sem cruz. As pessoas est�o aceitando a Cristo como salvador imaginando que a decis�o tomada se equivale ao ato de tomar uma vacina que imuniza e livra o crist�o de todos os males e problemas desta vida, colocando-o de fora dos dilemas humanos, o que n�o � verdade.
Que Deus � todo poderoso ningu�m duvida, que quer aben�oar os seus filhos � cren�a corrente, mas n�o podemos alimentar o ensino equivocado da prosperidade e da b�n��o incondicional sem fundamenta��o b�blica, como alguns v�m propagando, que Deus vai dar tudo a todos como se estivesse a servi�o do crist�o. Pensar e agir como se as coisas fossem t�o f�ceis e simples assim � aceitar e propagar uma esp�cie de anticristianismo. Afinal, as dores que sofremos tamb�m devem ser consideradas como b�n��os de Deus, porque sem elas n�o ter�amos como diagnosticar as doen�as e valorizar a sa�de.
O homem moderno est� mesmo � em busca de facilidades, comodidades e prazer a todo custo. � por isto que a ci�ncia e a tecnologia v�m fazendo esfor�os para responder a contento os anseios de satisfa��o e o grau de exig�ncia das pessoas. Como conseq��ncia dessa busca insaci�vel, o ser humano tem se tornado doente. Nunca os consult�rios de analistas e psiquiatras foram t�o freq�entados como nos dias de hoje e as pessoas jamais consumiram tanto medicamento para resolver os problemas de ins�nia e depress�o, causados pela infelicidade, ang�stia e tristeza de cora��es vazios. Esta situa��o vis�vel em grande parte tem sido gerada por uma expectativa falsa, pois o ser humano n�o foi criado para o prazer, mas sim para desafios e realiza��es.
Lamentavelmente, muitas seitas e in�meras igrejas evang�licas t�m ca�do na tenta��o de apresentar um card�pio de facilidades e promessas sem apoio b�blico, como se o cristianismo fosse um balc�o de neg�cios onde se vende sonhos e ilus�es, para manter acesa a falsa esperan�a de muitos pobres e miser�veis que s�o levados a acreditar que o verdadeiro crist�o n�o passa por tribula��es. Que trag�dia! Pois ningu�m tem o direito de alimentar falsas esperan�as, muito menos aqueles que atuam como mensageiros do Deus Alt�ssimo. Tal situa��o � agravada pela ades�o de muitos irm�os de igrejas hist�ricas, que s�o consideradas s�rias no compromisso com o evangelho, influenciados por estas id�ias, em virtude do bombardeio que recebem atrav�s dos programas televisivos, r�dio e, principalmente, pela m�sica gospel, que enfatiza o ter em lugar do ser.
Com a predomin�ncia deste sentimento nada saud�vel que vem sendo disseminado e facilmente assimilado, os novos cist�os est�o se tornando cada vez mais indiferentes aos grandes desafios da f� crist�. Freq�entam os cultos quando podem, contribuem quando sobra, oram quando t�m problemas, l�em a B�blia quando v�o � igreja e, com algumas poucas e boas exce��es, difamam, fazem intriga, se op�em aos pastores e cometem os mesmos erros de pessoas que ainda n�o tiveram um encontro pessoal com Cristo. Este � um estilo de cristianismo sem cruz e, por conseguinte, sem Cristo.
Foi por esta raz�o que Jesus condenou com veem�ncia o comportamento dos religiosos de sua �poca, porque n�o tinham compromisso aut�ntico com a ess�ncia da f� apost�lica. Para Jesus, cristianismo n�o � filosofia adotada, mas estilo de vida comprometido com os valores eternos, que se traduzem em justi�a social, amor ao pr�ximo, respeito m�tuo e submiss�o � vontade de Deus. Mas � s� pela cruz que somos capazes de trilhar o caminho do sacrif�cio, da submiss�o, do amor, da compaix�o que nos reconcilia com Deus e nos aproxima uns dos outros.
Se quisermos alcan�ar o alvo estabelecido no cora��o de Jesus de transformar os conceitos injustos arraigados nos cora��es dos homens em todo o mundo, necessitamos seguir os seus ensinamentos: "assim como o Pai me enviou eu vos envio a v�s" (Jo 20.21b). Jesus � o nosso modelo e exemplo. Espelhemo-nos nele para que sejamos disc�pulos de verdade, que vivem � sobra da cruz.
Habacuque 3:17-19 Ainda que a figueira n�o flores�a, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos n�o produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais n�o haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salva��o. O SENHOR Deus � a minha fortaleza, e faz os meus p�s como os da cor�a, e me faz andar altaneiramente.
Alo�zio Penido