H� um texto nas Escrituras conhecido por todos, principalmente por aqueles que um dia deixaram o conforto da Casa do Pai. Trata-se de uma par�bola, uma ilustra��o dita pelo Senhor:
O Filho Pr�digo.
Nesta par�bola, Jesus nos fala de um pai e seus dois filhos. Um destes filhos, o mais jovem, chegou ao pai e lhe disse: �pai d�-me a parte que me cabe na heran�a�, mostrando claramente que queria sua �independ�ncia�. O Pai deu-lhe ent�o o que aquele jovem lhe pediu. Depois de alguns dias, aquele jovem partiu para uma terra distante, ele queria sua total independ�ncia, n�o queria que fam�lia alguma o proibisse de viver sua vida, afinal, ele j� era crescido, j� era um homem. E l� se foi ele viver sua vida independente.
Quanto engano o dele!
Ali naquela terra longe de seu Pai, longe de sua fam�lia, vivendo uma vida de total devassid�o, desperdi�ou toda a sua heran�a. J� n�o tinha mais amigos, aqueles que com ele estavam quando ainda tinha sua heran�a o abandonaram, afinal, ele j� n�o tinha com o qu� sustentar seus v�cios, suas festas, seus divertimentos. E agora? Pensou ele, o que fazer? Sem dinheiro, sem amigos, sem heran�a. Naquele pa�s em que se encontrava, a fome sobreveio, e ele procurou ent�o um emprego, a fim de alimentar-se. O emprego: guardar porcos!
�15 Ent�o, ele foi e se agregou a um dos cidad�os daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.� (Lc 15.15)
Sim, porcos! Imagine a rea��o dos ouvintes de Jesus, pois seus ouvintes eram judeus, e para um judeu, segundo seus costumes era totalmente proibido comer carne de porco, eles n�o podiam sequer toc�-los, imagine um judeu ter de criar porcos. (Lv 11.7; Dt 14.8) Isto era absurdo!Impens�vel a um judeu. Os ouvintes de Jesus, em sua maioria judia, devem ter ficado alarmados com tais palavras. Como pode um judeu ter de guardar porcos para sobreviver? Provavelmente isto lhes veio � mente.
Prosseguindo, Jesus diz, que em dado momento, aquele jovem caindo em si, come�a a lembrar-se de seu velho pai, de sua casa, de sua fam�lia. Ele lembra, por exemplo, dos trabalhadores de seu pai, que recebiam um bom sal�rio e tinham comida de sobra. Ent�o ele se p�e a pensar:
�Ent�o, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai t�m p�o com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai pequei contra o c�u e diante de ti; j� n�o sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.� (Lc 15.17-19)
Aquele jovem queria apenas ser um dos tantos trabalhadores de seu pai. Ele n�o queria voltar como um filho, mas queria ser um simples trabalhador.. Somente isto, e j� lhe era o suficiente. Nada mais. Ent�o ensaiou o seu discurso:
�Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai pequei contra o c�u e diante de ti; 19 j� n�o sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.� (Lc 15.18,19)
Por�m, Jesus continua com seu relato e diz:
�E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abra�ou, e beijou.� (Lc 15.20)
Isto � algo surpreendente! O filho desejou ser um simples servo, um trabalhador. Ele n�o queria ser um filho, voltar a sua condi��o de herdeiro de seu pai. N�o! Ele n�o queria. Mas o Pai jamais havia esquecido seu filho, e provavelmente assim como J� (J� 1.4,5), ele clamava dia e noite pelo seu querido filho. Deve ter ficado muitas noites sem dormir, pensando no seu querido filho: como ser� que ele est�? Como tem passado? Pensamentos assim s�o comuns aos pais.Todo pai deseja o bem a seus filhos, e quando s�o muito jovens, deseja t�-los sob sua prote��o. Mas ele n�o perdeu a esperan�a de encontrar outra vez seu filho. E agora, chegou o grande dia.. Seu filho retornara marcado pela dor, pelas agruras da vida longe do Pai, de sua fam�lia.
Mas qual n�o foi a rea��o do filho quando o Pai ao inv�s de lhe dar um emprego,ou at� n�o lhe dar nada, afinal ele j� havia dado a heran�a que o jovem pedira, deu-lhe novamente o direito de ser filho, de ser herdeiro. Isto mesmo! � algo surpreendente! O filho, por�m preparou seu discurso, suas desculpas:
�E o filho lhe disse: Pai pequei contra o c�u e diante de ti; j� n�o sou digno de ser chamado teu filho. (...)� (Lc 15.21)
O pai sequer o deixou terminar seu discurso, e imediatamente o recebeu como filho. O pai n�o lembrou ao filho do que havia feito, de como o abandonara, tampouco lembrou-lhe de que ele j� havia recebido sua parte na heran�a. N�o! O Pai lhe deu uma nova chance, a chance de ser filho, e conseq�entemente com esta condi��o restaurada, tamb�m lhe deu a oportunidade de possuir uma heran�a. Que tremendo!
O Pai o amou, n�o como um filho rebelde, mas o amou,como um pai ama seu filho. Ele o amou incondicionalmente. Seu filho retornara, e isto, era motivo para alegrar-se, para festejar.
�O pai, por�m, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sand�lias nos p�s; trazei tamb�m e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E come�aram a regozijar-se. �(Lc 15.21-24)
O novilho cevado era guardado para uma grande festa, uma celebra��o. E este dia chegou. Finalmente chegou.Que alegria estava sentido aquele pai, por ter recuperado seu filho querido.
Como compreender este amor?
Caro leitor, assim como aconteceu com este filho pr�digo, um dia, eu tamb�m me afastei do Pai. Procurei viver independente d�Ele. Qu�o tolo fui. Mas mesmo l�, em meio aos porcos, meu Pai nunca me abandonou. E um dia resolvi voltar, claro que n�o partiu de mim do nada o desejo de ir at� Ele, mas primeiramente Ele mesmo gerou em mim este sentimento, mostrando seu amor imerecido, afinal eu estava perdido. Da mesma forma como o filho pr�digo desta par�bola do Senhor, eu tamb�m preparei meu discurso. Qu�o tolo fui! Mas mesmo assim Ele me amou, e me amou incondicionalmente. � verdade que o mundo me deixou marcas profundas, marcas que t�m sido apagadas dia a dia. E isto foi o resultado de ter deixado a presen�a do Pai, para viver longe d�Ele. Mas um dia eu voltei. A passos curtos, meio encabulado, fiz meu regresso. N�o foi assim t�o f�cil. Foi a passos muito curtos.
Enquanto eu engatinhava para Casa, arrasado pelas agruras de uma vida longe da presen�a d�Ele, Ele, o Pai, saiu correndo ao meu encontro, mostrando assim a velocidade de Seu perd�o, de Sua Gra�a. Fui surpreendido por Ele. Ele me abra�ou, mostrando assim que me perdoava, me beijou, mostrando assim que eu n�o era um estranho, mas de forma surpreendente mostrou-me que Ele queria intimidade comigo, um real relacionamento de Pai e filho. Ele n�o queria fazer-me um de seus empregados, mas queria que eu fosse filho,desta forma me vestiu com roupas novas,tornando tudo novo, me p�s no dedo um anel,mostrando minha filia��o e origem,para que assim vivesse sob Sua prote��o. N�o me tratou como um qualquer, n�o passou em meu rosto meus tantos erros, mas primeiramente e principalmente me amou.Isto � Gra�a! � Gra�a Supreendente! Hoje, minhas feridas t�m sido curadas, e cada vez mais me aproximo d�Ele, e o mais interessado nesta aproxima��o � Ele mesmo. O que posso dizer hoje, � que vivo imergido em Sua Gra�a.
Ele preparou uma festa, e me fez seu convidado. E a cada dia Ele tem celebrado comigo uma festa, uma celebra��o de vida, de perd�o, de Gra�a, de paz.
Continua...