h�, est� l� o sol, redond�o, haha..
jaj� o de hoje. ou de algum ano passado, sempre da data: sete de maio..
bom dia..
ah, [email protected]
Licen�a de despreocupa��o
Data estelar: Merc�rio ingressa em G�meos; Lua cresce Vazia em Le�o
"Tu n�o �s uma engrenagem do sistema produtivo do mundo, Tu �s uma alma � procura de um sentido maior. Te agarra com firmeza a essa ideia, � o teu salva-vidas no meio da ignor�ncia, que n�o � a dos iletrados, mas a ignor�ncia que teima em n�o enxergar a verdadeira natureza do Universo. Aquilo que tenta te convencer de seres apenas uma engrenagem do sistema produtivo do mundo � a ideologia materialista, que restringe sua vis�o ao que os cinco sentidos f�sicos percebem e faz infer�ncias sobre a realidade dentro dessa limita��o. Essa ideologia n�o se importa com o silencioso desespero que sentes diante do equ�voco, n�o quer saber nada de ti que esteja al�m dos limites f�sicos. Por�m, como Tu n�o �s apenas isso, te cabe aproveitar a licen�a que o Universo te outorga hoje e te dedicares � despreocupa��o."
e:
"Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo
O Brasil est� irreconhec�vel. Nunca pensei que a incompet�ncia casada com o del�rio ideol�gico promoveria este caos. H� uma muta��o hist�rica em andamento. N�o � uma fase transit�ria; nos �ltimos 12 anos, os donos do poder est�o a criar um sinistro "esp�rito do tempo" que talvez seja irrevers�vel. A velha "esquerda" sempre foi um sarapatel de populismo, getulismo tardio, leninismo de galinheiro e agora um desenvolvimentismo fora de �poca. A velha "direita", o atraso feudal de nossos patrimonialistas, sempre loteou o Estado pelos interesses olig�rquicos.
A chegada do PT ao governo reuniu em frente �nica os dois desvios: a alian�a das oligarquias com o patrimonialismo do Estado petista. Foi o pior cen�rio para o retrocesso a que assistimos.
Antes dessa terr�vel dualidade secular, a mudan�a de agenda do governo FHC por sorte criou um pensamento mais "presentista", come�ando com o fim da infla��o, com a ideia de que a administra��o p�blica � mais importante que utopias, de que as reformas do Estado eram fundamentais. Medidas simples, �bvias, indutivas, tentaram nos tirar da eterna "anestesia sem cirurgia". Foi o Plano Real que tirou 28 milh�es de pessoas da pobreza e n�o este refr�o mentiroso que os petistas repetem sobre o Bolsa Fam�lia ou sobre o PAC imagin�rio.
Foi um per�odo renegado pelo PT como "neoliberal" ou besteiras assim, mas deixou, para nossa sorte, algumas migalhas progressistas.
Tudo foi ignorado e substitu�do pelo pensamento voluntarista de que "sujeitos da hist�ria" fariam uma remodelagem da realidade, de modo a faz�-la caber em suas premissas ideol�gicas. A� come�ou o desastre que me lembra a met�fora de Oswald de Andrade, de que "as locomotivas estavam prontas para partir, mas algu�m torceu uma alavanca e elas partiram na dire��o oposta".
Isso causa n�o apenas o caos administrativo com a infraestrutura morta, como tamb�m est� provocando uma muta��o na psicologia e no comportamento das pessoas. O Brasil est� sendo desfigurado dentro de nossas cabe�as, o imagin�rio nacional est� se deformando.
H� uma grande neurose no ar. E isso nos alarma como a profecia de L�vi-Strauss de "que chegar�amos � barb�rie sem conhecer a civiliza��o". Cenas como os 30 cad�veres ao sol no p�tio do necrot�rio de Natal, onde os corpos s�o cortados com peixeiras, fazem nossa pele mais dura e o cora��o mais frio. Defeitos e do�uras do povo, que eram nossa marca, est�o dando lugar a sentimentos inesperados, dores nunca antes sentidas. Quais s�o os sintomas mais vis�veis desse trauma hist�rico?
Por exemplo, o conceito de solidariedade natural, quase "instintiva", est� acabando. J� h� uma grande viol�ncia do povo contra si mesmo.
Garotos decapitam outros numa pris�o, �nibus s�o queimados por nada, com os passageiros dentro, meninas em fogo, presos massacrados, crian�as assassinadas por pais e m�es, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo. O Brasil est� com �dio de si mesmo. Cria-se um desespero de autodestrui��o e o Pa�s come�a a se atacar.
Outro n�tido efeito na cabe�a das pessoas � o fatalismo: "� assim mesmo, n�o tem jeito n�o". O fatalismo � a aceita��o da desgra�a. E v�m a desesperan�a e a tristeza. O Brasil est� triste e envergonhado.
Outro sintoma claro � que as institui��es democr�ticas est�o sem for�a, se desmoralizando, j� que o pr�prio governo as desrespeita. Essa fragiliza��o da democracia traz de volta um desejo de autoritarismo na base do "tem de botar para quebrar!". J� vi muito chofer de t�xi com saudades da ditadura.
A influ�ncia do petismo tamb�m recriou a cultura do manique�smo: o mal est� sempre no outro. Algu�m � culpado disso tudo, ou seja, a "media conservadora" e a oposi��o."