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"O ciumento passa a vida tentando descobrir o segredo que ir� destruir a sua felicidade."


Todos os homens e mulheres possuem uma necessidade igual de amor. Mas quando come�a haver falta de intimidade, di�logo, amizade, cumplicidade, respeito, sentimentos b�sicos dos relacionamentos, sente-se que esse amor pode estar correndo riscos, sendo natural surgir a inseguran�a e com ela, o ci�me, como uma tentativa de preservar aquilo que n�o se quer perder.





O ci�me atinge homens e mulheres. Dizem que � mais comum no sexo feminino, talvez seja porque a mulher demonstre muito mais o que sente, sem se esconder atr�s de m�scaras e defesas.

Falam hoje de ci�me como se a pessoa se tornasse doente do nada, e n�o � bem assim que acontece. O ci�me n�o come�a do nada, h� todo um processo como em qualquer doen�a. Primeiro come�a haver um afastamento, ac�mulos de m�goas, as desculpas para n�o fazerem juntos o que antes era feito, n�o h� mais demonstra��es de amor, interesse pela vida do outro e/ou do casal, gerando muita inseguran�a.

Com o tempo, isso vai somando-se e come�a a surgir a necessidade natural de se entender o que est� acontecendo. Geralmente h� uma tentativa de conversa, onde a resposta em geral �: nada, nada est� acontecendo! Ningu�m muda seus comportamentos por "nada". Mas por qual motivo o ci�me come�a na rela��o?

A melhor forma de tirar uma pessoa do controle � a incoer�ncia, ou seja, demonstrar um sentimento e sentir outro. Come�a ent�o o desejo de agradar mais o parceiro, como se fosse culpada do que est� acontecendo. � nesse momento que come�am as cobran�as, o controle, numa tentativa, de traz�-lo de volta. O medo da trai��o come�a a perturbar como se as imagens de sua mente fossem reais. O outro, sentindo-se cobrado, pressionado, afasta-se ainda mais, despertando inseguran�a e ci�me. � a� que come�a uma bola de neve, quanto mais um se afasta, mais o outro tenta se aproximar.

O ci�me surge quando se sente que n�o � mais importante para o outro, � uma sensa��o de ser preterida, como se seus sentimentos n�o tivessem mais valor. Al�m do que, o ci�me humilha, esmaga, d�i, por isso talvez seja t�o dif�cil admiti-lo. E quem n�o admite que tem um problema continua se auto-destruindo e destruindo a rela��o. N�o confiar no amor da pessoa amada equivale a n�o confiar no pr�prio valor.

� claro que quem j� era insegura por n�o confiar em si, n�o acreditar que algu�m possa am�-la, sente um medo terr�vel do abandono, pois sua car�ncia faz com que tenha uma auto-imagem muito negativa, refor�ando o medo de que qualquer pessoa poder� afastar a pessoa amada. � o retrato da co-depend�ncia, uma s�ndrome que tem como um dos sintomas o medo de ser abandonada. Assim, ter� menos estrutura de lidar com a situa��o, levando ao total desespero e descontrole, trazendo muitas vezes � tona conflitos n�o resolvidos.

Por�m, uma pessoa que j� era insegura, se tiver um relacionamento com algu�m amoroso, que seja capaz de suportar seus sentimentos e suprir suas necessidades, pode com o tempo, perceber-se como algu�m digna de amor e respeito, conseguindo aos poucos reparar suas feridas emocionais e traumas vividos, tornando-se uma pessoa mais segura de si.

O que � importante entender � que o ci�me � muito mais um sintoma do que uma causa, pois geralmente, por tr�s de uma manifesta��o de ci�me h� um apelo para o amor, que pode ser o amor e a aten��o do outro, mas que na verdade, representa a busca pelo amor por si mesma. Como n�o h� a consci�ncia disso, continua acreditando que s� existe atrav�s do outro.

N�o seria melhor que as pessoas usassem mais da verdade em suas rela��es? N�o ama mais, n�o deseja mais? Por que n�o falar? Por que deixar o outro chegar a ponto de alucinar em suas fantasias na �nsia de respostas para o que est� acontecendo na rela��o? Justificar a mentira ou omiss�o do que est� acontecendo, dizendo que o outro n�o tem estrutura para suportar a verdade, n�o � mais aceit�vel, pois o que enfurece uma pessoa n�o � a verdade, mas as mentiras que se ouve at� chegar na verdade.

Nesse momento soma-se ainda: baixa auto-estima, falta de amor-pr�prio, inseguran�a, necessidade de reconhecimento. Mas se as crises de ci�mes j� viraram rotina na rela��o, � poss�vel fazer algo para mudar. N�o h� alternativas sen�o a busca por uma mudan�a interna, que s� � poss�vel atrav�s do auto-conhecimento, onde o mais indicado � sempre a busca de um profissional competente para se iniciar um processo de psicoterapia, ou ainda, os grupos de auto-ajuda.

� preciso entender que um pode ser muito importante para o outro, mas n�o mais importante que para si mesmo. N�o � poss�vel amar ao outro mais do que nos amamos. Todos se orgulham muito de ter algu�m para amar, mas n�o se preocupam nenhum pouco com a import�ncia vital que h� em rela��o ao pr�prio amor.

Quando a rela��o � vivida com amor e os dois querem mant�-la, � poss�vel buscar um tratamento e transformar o que � doente em saud�vel. E para come�ar esse processo, � importante:



  • Admitir que n�o est� conseguindo ter controle sob suas emo��es.


  • Escrever sobre os pr�prios sentimentos - ajuda a compreender o que est� sentindo.


  • Buscar ajuda de um profissional.


  • Auto-conhecimento.


  • Reconhecer que a rela��o est� doente, como reflexo de um ou dos dois.


  • Reconhecer que os dois devem mudar.


  • Conversar, conversar, conversar. O di�logo deve estar sempre presente.


  • Verbalizar o que sente, sempre.


  • Empatia, ou seja, desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro.


  • Respeitar os sentimentos do outro, ainda que n�o os sinta.


  • A verdade, sempre.


  • Cada um fazer uma an�lise do seu hist�rico de vida, principalmente inf�ncia.


  • Buscar poss�veis origens das dificuldades atuais.


  • Comprometer-se consigo mesmo com as mudan�as.


  • Demonstrar diariamente para o outro o quanto � importante.


  • Cuidar de si como cuidaria de algu�m que ama.


  • Cuidar do outro como se cuida de algu�m que ama.


  • Cuidar da rela��o afetiva como que cuida de um beb�, com aten��o, afeto, carinho, enfim, com demonstra��es di�rias de amor.

    Fa�a uma an�lise de seus pr�prios sentimentos em rela��o a si mesma, e as poss�veis origens de sua inseguran�a, depois analise seu relacionamento, como ele est� e como gostaria que fosse e converse tudo isso com seu parceiro, voc� e ele s� t�m a ganhar!
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