N�o existe amor perfeito, se o cora��o n�o � perfeito. Amor n�o se pesa, n�o se mede, n�o se avalia. N�o se d�, n�o se perde, n�o se rouba. O amor sozinho � suficiente a si mesmo. O que nos resta � a nossa capacidade para entend�-lo, acolh�-lo e tomarmos conta dele sem que possamos alter�-lo na nossa vida de alguma forma.
O amor se oferece a n�s gratuitamente, como todo dom. Mas questionamos sempre. E trope�amos nas nossas pernas tentando mold�-lo ao nosso jeito, � nossa vis�o, � nossa vontade como se ele fosse uma coisa qualquer que pudesse ser modificada. Somos pequenos e o amor � grande; somos pequenininhos e o amor � imenso,
rico, cheio de mist�rios e felicidades que nem podemos imaginar que existam. E perdemos o amor porque perdemos a raz�o dele. Perdemos, porque perdemos o senso de nos contentar com o que ele pode nos oferecer. Perdemos, porque exigimos demais, cobramos demais, sufocamos demais.
Ser feliz no amor � guardar a capacidade de v�-lo feliz. Se fazemos dos nossos bra�os uma pris�o em nome do amor, a quem fazemos feliz? Com nossa insaci�vel sede de querer ter sempre mais do que a vida nos oferece acabamos sem nada, porque n�o soubemos valorizar o pouco, mas verdadeiro, que recebemos. Jogamos fora com nossas m�os o que nelas foi colocado
para ser b�n��o. E tudo isso porque somos humanos, seres feridos e cheios de cicatrizes, sangrados e machucados pelos percal�os da vida.
Mas quando amamos muito uma pessoa precisamos aprender a deixar a pr�pria dor de lado de vez em quando para estar do lado da pessoa amada, principalmente se sabemos que essa pessoa est� ferida tamb�m. E n�o � bom questionar o amor, mas viv�-lo; porque o amor em si, mesmo imperfeito, j� � um presente sem pre�o.
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