Ap�s a inven��o do escafandro fechado por Augustus Siebe em 1839, a explora��o do fundo do mar ganhou, literalmente, f�lego. Por mais de 100 anos o escafandro tradicional sofreu pouqu�ssimas modifica��es e foi a principal ferramenta de trabalho dos mergulhadores.
Em 1905 arquitetos descobriram que a catedral de Winchester (Inglaterra) estava prestes a ruir devido a infiltra��o de �gua em suas funda��es. Constru�da no s�culo VII, a catedral era um monumento hist�rico e era inaceit�vel perd�-la. A �nica sa�da era utilizar mergulhadores para instalar apoios nas funda��es, um trabalho gigantesco para a �poca. O surpreendente � que a tarefa foi realizada por um �nico homem, William Walker, entre 1906 e 1911. Durante 6 anos Walker mergulhou com seu escafandro 6 horas por dia em visibilidade zero para escavar 235 po�os e instalar os refor�os a 8 m de profundidade.
V�rias id�ias surgiram nas primeiras d�cadas do s�culo para romper esta barreira e uma das mais interessantes era a roupa blindada. O princ�pio id�ia era simples: construir uma roupa que mantivesse o mergulhador � press�o atmosf�rica (evitando a narcose e a descompress�o) e permitisse sua movimenta��o atrav�s de juntas flex�veis - algo como um micro-submarino com bra�os e pernas. Em 1913 j� existia um modelo operacional, a roupa de Neufeldt-Khunke, que chegou a ser utilizada com sucesso em alguns resgates. Infelizmente estas roupas apresentavam um problema: com o aumento da profundidade, a press�o "travava" as juntas e impedia que o mergulhador se mexesse.
O impulso que faltava para o desenvolvimento do mergulho profundo veio da marinha dos EUA ap�s a perda do submarino S-4 e toda a sua tripula��o a 31 m. A revolta da opini�o p�blica ao saber que a equipe de salvamento era capaz de se comunicar com os sobreviventes a bordo do submarino mas n�o tinha como resgata-los foi tanta que a marinha decidiu formar um grupo com o objetivo de aumentar a profundidade m�xima de trabalho das equipes de resgate. Entre outros projetos, o grupo come�ou a trabalhar na utiliza��o de h�lio nas misturas respirat�rias para diminuir o efeito da narcose.
Durante a Segunda Guerra o escafandro cl�ssico continuou a ser utilizado, mas a necessidade de equipamentos mais simples e com mais mobilidade crescia a cada dia. Japoneses, italianos e ingleses utilizavam rebreathers de oxig�nio em miss�es de combate, mas os efeitos da toxidade pelo oxig�nio em profundidades maiores que 10 m limitava a aplica��o deste tipo de equipamento.
Era preciso encontrar uma forma libertar os mergulhadores e, embora diversos pioneiros tenham demonstrado solu��es para o problema durante a d�cada de 30, foi preciso esperar at� 1943 para que dois franceses, Jacques-Yves Cousteau e Emile Gagnan cortassem de forma definitiva os umbilicais, criando o Aqualung e dando in�cio a um novo cap�tulo da hist�ria do mergulho.