Quem, baseando-se apenas nos cinco sentidos do corpo,
Poder� compactar o infinito segundo suas limitadas percep��es?
Quem, em seu cora��o, poder� mensurar o Amor?
E, olhando para as estrelas, dizer que nada h� al�m?...
Que cad�ver poder� rir e contar uma piada?
Sete palmos abaixo do solo � o lar de um ser querido?
Ou, o esp�rito � igual a um p�ssaro sutil e voa para al�m?
Ent�o, piadas legais, s� no C�u. Para onde o p�ssaro voa...
E quem poder� dizer que a morte acaba com tudo?
Se o Amor continua - e se o cora��o ainda sente a luz, algures...
Algum coveiro poderia enterrar o eterno?
Mas, como prender na cova o brilho de uma estrela?
N�o, h� algo a mais... N�o se prova, mas se sente.
O cora��o sabe. Ele conhece a trilha de luz deixada pelo p�ssaro.
Apenas com os cinco sentidos, algu�m poder� perceber o invis�vel?
Se, muitas vezes, nem se percebe bem a si mesmo?
O aguilh�o da morte poderia perfurar o princ�pio imperec�vel?
N�o, n�o d�! O fogo n�o pode queim�-lo, nem a �gua molh�-lo.
O esp�rito � eterno. N�o nasce nem morre, s� entra e sai dos corpos perec�veis.
J� existia antes do corpo ser formado; e continuar� depois dele, sempre vivo...
E quem poder� dizer que n�o, de frente para o espa�o sideral?
Ou, olhando para o brilho dos olhos de seus filhos?
O Amor chama o Amor; a Luz chama a Luz. S� o esp�rito escuta o esp�rito.
E s� o cora��o � que sente e compreende aquilo que os olhos n�o veem.
E quem poder� dizer que n�o?
Quando algumas linhas de um texto dizem mais do que os sentidos...
E quando algo a mais diz, em seu cora��o:
"Vive, ama, sorri, sente, reflete e segue..."
P.S.:
O s�bio estelar Hermes Trismegistro estava certo.
Sim, ele sabia bem o que se passava dentro dos cora��es.
Por isso, ele ensinou sobre a imortalidade da consci�ncia no antigo Egito.
Ele disse aos iniciados de outrora:
"O Inef�vel � invis�vel aos olhos da carne, mas � vis�vel � intelig�ncia e ao cora��o".
Hoje, mais do que nunca, eu fa�o coro ao s�bio das estrelas.
Porque eu sinto e sei de uma Luz sutil, em todos os seres.
Aquela Luz que brilha mais do que bilh�es de s�is juntos.
E que � a ess�ncia da alma.
Aquela Luz que mora no cora��o.
Isso n�o se explica, s� se sente,s� se sente, s� se sente...
(Esses escritos s�o dedicados a Krishna e sua grande equipe de trabalhadores extraf�sicos, e �s pessoas que tamb�m veem a trilha de Luz deixada pelos p�ssaros que al�aram voo para o infinito, e que sempre olham para as estrelas, jamais para cova alguma, pois eles sabem que o princ�pio espiritual � imperec�vel).
Paz e Luz.
Wagner Borges - mestre de nada e disc�pulo de coisa alguma.
A LI��O DO IOGUE
Sentado no tapete vermelho do muladhara (1) est� um iogue chorando.
Ele tentou ascender a shakti (2), mas s� acendeu o fogo do orgulho.
Ele queria obter os siddhis (3) sagrados, mas foi despertado por sua pr�pria ambi��o.
Ele almejava o samadhi (4), mas s� encontrou um c�u de arrog�ncia em si mesmo.
Ele queria fazer uma viagem espiritual, mas estacionou na pr�pria impot�ncia.
Humilhado, ele se pergunta o porqu� do fracasso.
Tanta disciplina e ascetismo n�o adiantaram, pois seu orgulho era maior.
Ele medita, mas at� o prana (5) foge ao seu controle.
Arrasado, ele ergue a mente e clama aos c�us a solu��o de seu dilema.
Enquanto isso, a M�e Divina observa-o ternamente.
Ela sabe que a derrota do iogue � sua verdadeira vit�ria.
Ele ainda n�o sabe disso, mas o tempo lhe ensinar� que a Luz n�o obedece ao ego, somente ao Amor.
Quando ele arrefecer sua ambi��o e dobrar-se aos des�gnios superiores, a shakti o impulsionar� para cima alegremente...
Ela cantar� com ele na viagem pelos n�dis (6) luminosos.
Ela o levar� at� o c�u em seu cora��o e depois o guiar� a cidade de Brahman (7) no l�tus das mil luzes.
Ela beijar� seus sonhos e o ajudar� nos caminhos da realidade.
Com humildade, ele sorrir� e aben�oar� o dia em que foi derrotado por si mesmo.
Ele saber� que o tempo todo a M�e e ele eram um s�!...
- WagnerBorges - mestre de nada e disc�pulo de coisa alguma.