A NAU DOS INGRATOS

Por tuas atitudes
E teus atos,
Embarquei na nau dos ingratos,
Em busca de um tesouro
Que voc� diz existir
Na ilha de Massog�r,
Como �s minha mulher,
Fa�o tudo
Que voc� quer.

Com o que tens
N�o te contentas,
E o que tenho para te dar
� t�o pouco,
Vou para Ilha de Massog�r
Buscar o tesouro
Que nem sei se existe,
Mas j� que voc� insiste
Vou buscar este pote de ouro.

Cedo,
C�u encoberto,
Nem estava bem desperto,
Lancei-me ao mar,
�nica e exclusivamente
Para satisfazer teus caprichos e ambi��o,
Sem ter nenhuma carta de navega��o
Naveguei,
Naveguei,
Mas logo naufraguei
Naquele imenso mar
Aberto,
N�o tinha ningu�m por perto,
E as ondas
Levaram-me para longe.

A meia-noite,
Do outro dia justamente,
Acordei na areia da praia,
N�o tinha estrelas,
A lua escondeu-se,
Escurid�o total,
Deixei clarear o dia,
E andei
Pela Ilha de Massoger.

Nada encontrei,
Voltei,
Trazendo
Um grande tesouro
Que vale mais que ouro,
Trouxe-te nas m�os
O meu cora��o.

Acredite se quiser,
Na Ilha de Massog�r,
Tudo � triste,
Nada existe,
Nem ouro
Nem tesouro
Nem totem,
Nem homem,
Nem mulher.

Fernando Lucho.