Ivete Sangalo quer voltar para o futuro. O filme clássico de ficção cientÃfica é o que inspira a criação de seu trio elétrico e sua fantasia para o Carnaval. Não só porque a estética que glorifica a tecnologia é uma de suas favoritas, mas principalmente porque devemos, diz ela, aproveitar a maior festa popular do mundo para expurgar o retrocesso. "Nunca estivemos tão sedentos pelo futuro. Entramos num ano de maior esperança e possibilidades. SaÃmos de um tempo de retrocesso e entramos em 2023 com o pé direito, onde há mais esperança, e vamos caminhar para frente." A afirmação pode ser interpretada como uma celebração do fim do governo de Jair Bolsonaro. É que Ivete não costuma dar nome aos bois. Ao lamentar a morte de 500 mil brasileiros na pandemia, no ano retrasado, ela disse que não era "sobre partidos", mas "sobre humanidade". Acusada de ficar em cima do muro, a cantora respondeu que o governo de Bolsonaro não a representava "nem mesmo antes de a ideia dele existir", o que fez sua popularidade nas redes sociais crescer 51%, de acordo com o instituto de pesquisas Quest. Foi então que Ivete passou a atacar Bolsonaro. Ao fim do mesmo ano, num show em Natal, no Rio Grande do Norte, a cantora incentivou o coro de insultos ao ex-presidente pedindo que a plateia gritasse mais alto. O mesmo aconteceu no Rock in Rio do ano passado, quando ela reagiu ao coro lulista dizendo que, na eleição, Ãamos "mudar tudo". Folhapress