O vento n�o transporta not�cias boas.
Sinto as nuvens da tempestade envolver-me o corpo.
Sinto o cheiro electrico da h�midade do ar.
Vai chover...
um mau press�gio adivinha-se no horizonte,
e o murm�rio da tua dor toca-me a alma.
Vejo a l�grima que rola pela tua face,
e sinto-te o cora��o apertado,
quando o corpo te magoa o esp�rito.
A minha alma estremeceu,
antes mesmo de chegar a mim
a vibra��o dum corpo em queda,
antes mesmo da dor do impacto
na rocha fria da realidade,
senti-te, e escrevi-te sobre
a cor do c�u da minha alma,
sobre as nuvens que o escureciam,
sobre a chuva que caia c� dentro...
Este instante de antecipa��o,
fruto de a minha alma ser a tua,
revela-me a certeza de que
o primeiro pensamento foi meu,
no instante em que a realidade te atingiu,
e a dor dilacerou a carne.
Na dist�ncia, sopro fortemente,
na direc��o da tormenta,
que tento com a for�a que me d�s e levo dentro,
dissipar as nuvens e fazer chegar a ti,
um raio do Sol, um brilho da Lua,
para voltar a colocar-te na face,
ainda que por um instante, o sorriso,
com que me brindas quando est�s comigo.
Autor desconhecido
Espasmos e contus�es acompanham o corpo
que vacila entre o c�u e o mar.
O calor que desprende l�grimas de suor,
sufoca a respira��o
que se solta como nuvem pirocl�stica
num vulc�o em plena erup��o.
Do dia se faz a noite,
que adormece na agita��o dos corpos
em movimento e desperta,
completamente rarefeita como o ar
que consumimos nesta exalta��o
a que nos entregamos.
Depois, funde-se a mat�ria,
derramam-se os elementos
e correntes de fluidos ardentes
que resvalam pelos corpos,
arrefecendo aos poucos em contacto com o ar fresco
que nos aporta as gotas de orvalho.
Cansados, os m�sculos distendem-se,
perdidos os sentidos reagrupam-se,
tentando seguir um �nico caminho.
Neste lugar,
fica para sempre o perfume da fus�o,
esta infus�o de aromas feitos de corpos esmagados,
sentimentos agu�ados,
dedos enla�ados que se perdem nas reentr�ncias.
O mar ser� salgado, pelo suor que deixamos ficar.
O c�u ser� azul por lhe esgotarmos toda a �gua
que transportava e n�s seremos sempre,
�tomos da mesma mol�cula.
Que a felicidade n�o dependa
do tempo, nem da paisagem,
nem da sorte, nem do dinheiro.
Que ela possa vir com
toda a simplicidade,
de dentro para fora,
de cada um para todos.
Que as pessoas saibam
falar, calar, e acima de
tudo ouvir.
Que tenham amor ou ent�o
sintam
falta de n�o t�-lo.
Que tenham ideal e
medo de perd�-lo.
Que amem ao pr�ximo e
respeitem sua dor,
para que tenhamos certeza
de que viver vale a pena!..."
(Leticia Domingueti)