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�Banheira quase cheia. Um sil�ncio torturante no banheiro. Sentia a �gua quente em meu corpo g�lido. Fitava o teto branco enquanto me perdia em meus devaneios, sentia as l�grimas rolarem em seu rosto e se misturarem com a �gua. J� havia se tornado uma rotina, sempre que me via fraca demais para continuar segurando o choro eu corria para o banheiro, podia se dizer que era meu ref�gio. Pois ali era o �nico lugar que ningu�m ouviria meus choros que eram abafados quando afundava meu rosto na �gua. Ficava um tempo sem f�lego e quando n�o ag�entava, voltava � realidade. Desejava que aquela �gua lavasse minha alma e tirasse essas dores do meu cora��o, mas n�o adiantava. Tentava me manter forte todo o dia, distribu�a sorrisos forjados na qual as pessoas acreditavam, fingia uma felicidade que nunca existiu. Mas isso era tempor�rio, cedo ou tarde eu fraquejava e n�o ag�entava. Fugia para longe para ningu�m vesse que estava mal, n�o, n�o era orgulho. Eu s� preferia guardar minhas dores s� para mim, afinal, ningu�m entenderia mesmo; na verdade, diriam que era apenas drama meu, mas s� eu sei o quanto d�i. [�] Me sentia fraca, vulner�vel. Sentei-me abra�ando minhas pernas numa tentativa de me proteger, em minha garganta se formava um n�. Tantas palavras a serem ditas, mas sem coragem para pronunci�-las. Tantos sentimentos guardados, que por medo, nunca foram demonstrados. Tinha tanto medo de perd�-lo, que acabei perdendo. E agora eu sofria, sabia que a culpa era minha. Eu que o deixei ir, eu que n�o disse o que sentia a tempo. Eu o perdi por causa do meu orgulho ferido, o perdi por medo de acreditar, de me entregar, de amar. E agora por minha culpa tinha que conviver com a solid�o.�