V�u das Noivas
A cachoeira est� quase seca, os grandiosos blocos de pedra espelhando o sol, ao centro, e dois filetes d��gua aos lados lembrando o velho esplendor de nuvens e nuvens de �gua, espumas e espumas elevando-se do precip�cio, vestindo as pedras de um v�u suav�ssimo.
As pedras s�o noivas tristes ao sol.
Ao centro, embaixo, uma po�a com uma �gua meio parada, meio suja, que veio se esgueirando por entre as pedras, dos lados. Acima, um confort�vel trono formado pelas pedras, pelo trabalho incessante das �guas nas pedras, esperando que ali se assente algum pr�ncipe gigantesco.
E descanse a perna esquerda, exausta, no refrig�rio daquele po�o esquecido, esse pr�ncipe de f�bula nesta cachoeira de f�bula, enquanto o p� direito se alonga e se ap�ia nas pedras secas aquecidas pelo sol, e se ergue delicado, sustido talvez apenas pela polpa dos dedos, para que o cotovelo ali, no seu joelho, repouse, e a m�o desanimada segure o queixo, e se torne um pensador lamuriento.
Chorando a noiva ausente, que nem o seu v�u ali deixou, esse pr�ncipe-pensador meditabundo, sem saber que as pedras � que s�o noivas tristes ao sol.