Aben�oadas sejam as surpresas risonhas do caminho. As belezas que se mostram sem fazer suspense. As afei��es compartilhadas sem esfor�o. As vezes em que a vida nos tira pra dan�ar sem nos dar tempo de recusar o convite. As maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes, � espera da nossa entrega apreciativa. A compreens�o que floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem s�o da bondade. Aben�oados sejam os presentes f�ceis de serem abertos. Os encantos que desnudam o erotismo da alma. Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa. Os improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente. Os di�logos que acontecem no idioma p�trio do cora��o. Aben�oada seja a leveza, meu Deus. Aben�oadas sejam as d�divas generosas que v�m nos lembrar que viver pode ser mais f�cil. Que amar e ser amado pode ser mais fluido. Que d� pra girar o dial-. Que d� pra sair da frequ�ncia da escassez e sintonizar a esta��o da disponibilidade, onde alegrias j� cantam, mas a gente n�o ouve. Aben�oadas sejam as d�divas que v�m nos lembrar, com al�vio, que h� lugares de descanso para os nossos cansa�os. Que h� lugares de afrouxamento para os nossos apertos. Que d� pra mudar o foco. Que n�o � t�o complicado assim saborear a gra�a poss�vel que mora em cada instante. Aben�oadas sejam as d�divas generosas que nos surpreendem. Elas n�o sabem o quanto �s vezes, tantas vezes, nos salvam de n�s mesmos.