Piano em Caldas
O pianista vem piano de lontano,
abre a tampa e rege provocando.
Faz concerto e desconserta
sua musa agora descoberta.
� a anarquia musical rogando alma.
Eu, destronada ofere�o e bato palmas.
O artista me solfeja no pesco�o,
resposta: eu o colcheio com as coxas.
REsultado:surge um SOL sustenido,
suspendido debaixo do umbigo.
MI toca, MI beija, MI tortura,
MI nota, MI clava, MI partitura.
Vem de L�, vem sem D�, vem, vem, vem
cheio de SI e me dedilha por aqui e por ali.
O metr�nomo n�o mais alcan�a
o alegro nervoso dessa dan�a.
N�o se sabe, nem mais quais
s�o os meus, ou os seus pedais.
H� muito j� se foram pras cucuias
os esquerdos e os direitos autorais.
O coro come em agudos e graves,
a sinfonia improvisada que ele Faz.
O stacatto segue firme o seu compasso,
o volume aumenta e � s� estardalha�o.
Mas no instante m�gico da pausa t�nica,
o m�sico em harmonia me mela o dia.
Em todos os cantos e contra-cantos
desse quarteto onde a gente jazz.
Sil�ncio, pausa, reverbera��o.
...
Eu, poetisa violada e feliz,
ainda semi-confusa, mas
jamais em ponto de fuga,
mesmo me sentindo bemol,
n�o dou a sem�nima!
Breve junto for�as pro acorde:
recome�o ent�o pelo refr�o.
Toco o seu diapas�o,
fico toda afinada,
e mais uma vez eu
pe�o bis,bis, bis, bis...
Paula Wenke
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*JOSU�... UM AMIGO DE PLANT�O*
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Artigo 184 do C�digo Penal Brasileiro
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