CHUVA DE VER�O
Castigando furiosamente a tarde com suas �guas,
Escurecendo meu c�u como se tivesse esse direito.
Levando sonhos, carregando ilus�es, lavando m�goas.
Quer bons, quer maus, tudo � varrido no seu conceito.
Eu me vejo dentro dela com o rosto molhado pelo seu suor,
Barulhenta, vingativa, absurdamente po�tica e envolvente.
Misturando l�grima e �gua, vento e sonho, alegria e dor,
Uivando feito um lobo faminto, que ressoa tristemente.
Chuva de ver�o, t�o linda ef�mera, mulher inquieta,
Que chega arrombando as portas de um cora��o
E se entrega de corpo e alma ao seu poeta
Despida de toda reserva pudor ou rea��o.
Mas como vem se vai, rapidamente se afastando,
Deixando a tarde t�mida e lavada com seu beijo de ver�o.
E sem deixar rastros suga as po�as da esperan�a evaporando
T�o depressa que nem parece ter tocado o ch�o.
Josuepoeta