*
*
*
*
MEU POBRE RIO
Meu rio pequeno,
Bra�o liquido do campo
Que em gesto de aceno
Serpenteava vigoroso.
Eu bebi de tuas �guas
E comi da tua carne.
Mergulhei fundo nos teus sonhos
E brinquei crian�a
Em teus longos cabelos,
Tuas cachoeiras.
Hoje, frente ao teu barranco,
Meu cora��o se aperta.
Em t�o poucas d�cadas,
Rever-te mais morto que vivo,
Agonizando � espera
Do tiro de miseric�rdia que alivie a dor.
Tuas �guas aprodecidas,
O barranco debru�ando-se sobre ti,
A vida morrendo ou j� morta,
Teus peixes buscando o ar que j� n�o tens.
Ah meu riozinho querido
Espelho da minha inf�ncia!
Se eu pudesse te pegaria no colo,
Daria um longo banho,
Lavando teu rosto dos esgotos,
Varrendo do teu corpo
Os lixos e as imundices
Que minha gera��o te presenteou.
Entraria no teu leito
Mergulhando em nosso passado,
Beijaria teu cora��o de menino
Que envelheceu com a gan�ncia
E a estupidez do inseto humano.
E, com as m�os em conchas,
Beberia da tua vida
E te ajudaria a vomitar as imundices,
Expulsando a carni�a f�tida
Da maldade humana.
Josuepoeta
*
*
*
*