PARDAL FERIDO
Sonhei um dia ser bailarino
Daqueles que bailam no ar
E pro infinito subindo
Malabarista a voar.
Mas gaivota em vez de ser
Uma �guia ou condor
Vi o c�u me pertencer
Como um pardal feio e sem cor.
Ningu�m me via se eu voava
Mas como feliz eu era
Nem notavam se eu passava
Tudo era eterna primavera.
Com meu bico t�mido, desconfiado
Bebi �guas de tantos ch�os
Beijei l�bios envenenados
Sobrevoei cora��es.
A �guia n�o se importava
Eu era t�o insignificante
Que o ca�ador n�o mirava
Aquele livre ser errante.
E assim fui, voei
Sorri, cantei, prossegui
Nos galhos de arvores posei
Meu c�u eu mesmo colori.
Uma manh�, por�m voando
Lembran�a que n�o se extingue
Ca� ferido no ch�o chorando
Por uma pedra de estilingue.
Ca� ferido, e chorei piando
Asa sangrando, dor t�o sem paz
Preso nos espinhos pra cima olhando
Meu c�u t�o lindo que n�o voaria mais!!
JOSU�poeta