Fugindo de mim


Sendo parte da m�quina que o homem fez
Seguindo o rumo tra�ado pelo vento,
Esbarrando em meu rosto e no pensamento
Povoando de id�ias um mundo de insensatez.

Tantos anos ficaram nas curvas das estradas
Que como essa eu segui sem destino,
O homem sisudo surgiu, perdi o menino,
Nas paisagens das lembran�as empoeiradas.

Preciso correr, preciso chegar, algo me aborrece,
Acelero tresloucado fazendo mais curta a hora,
A tristeza me atormenta. a solid�o me apavora,
O ru�do do motor � sil�ncio que estremece.

Olho para o lado e o seu lugar est� vazio.
Um rosto me sorri, miragem de inoc�ncia.
O veloc�metro mostra minha imprud�ncia,
Lembrando-me da morte e seu h�lito frio.

Sonhei o encontro que a alma ansiava
E em desespero sa� pra te buscar,
E o horizonte que estava a me esperar
Quanto mais eu corria, mais se afastava...

Parei, a morte desceu, a paz me abra�ou.
Meu desespero impotente dormiu, percebi,
Que corri tanto buscando o que mora aqui,
Suspirei esquecendo a l�grima que o vento secou.


As coisas sempre mudam quando se dobra uma esquina. Quantas esquinas eu dobrei na esperan�a de uma melhor sorte. Ou no sonho de um dia encontrar voc�.


Josuepoeta
O6/04/08

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