AMOR DESPETALADO
Um bot�o de rosa.
Entreguei-te a flor e, junto com ela,
Todo um amor que um peito pode conter.
Em face seu jeito dengoso
Surpresa, mas apaixonada,
Estendeste a t�nue m�o
E, violando uma dist�ncia enorme,
Penetraste em meu sonho.
Acolheste a fr�gil, mas t�o bela flor,
Deixando-a aos meus cuidados
Recomendou-me seu zelo.
Reguei com meu sonho mais f�rtil,
Com meu olhar apaixonado,
Com o desejo de ser seu mundo,
Com toda uma vida que possa ser vivida
Nos bra�os da mulher que se ama.
Tudo por aquele bot�o.
Fr�gil bot�o de flor
Que se fez t�o linda rosa
Desabrochando como meu amor.
Desabrochou por voc�,
Tornado se a j�ia mais linda do mundo,
Do mundo que era t�o nosso!
O dia se fez noite,
A noite se fez dia.
Amanheceu, anoiteceu,
O tempo envelheceu.
E a hora da morte chegou.
Minha pobre flor,
Meu bot�o de rosa.
Curvando sua haste
Ainda tentando n�o murchar,
Mas rendida pelo seu viver ef�mero,
Sucumbiu despetalando.
E eu, t�o triste vendo a minha rosa
Morrendo lentamente,
Abri a palma da m�o
E, p�tala por p�tala, colhi
Antes de tocar o ch�o.
Enamorado que sou,
Comecei enumer�-las, uma a uma,
Numa contagem silenciosa.
Mas, de repente um arrepio...
Uma ang�stia terr�vel!
E, de s�bito, me tolhi desse ato,
tomado por um medo desesperado
De que entre meus dedos
Restasse apenas,
Um triste e definitivo
MAL ME QUER!!!