EM BUSCA DA PAZ
Sa� um dia, infeliz que estava, em busca da paz...
procurei-a primeiramente na Justi�a, mas
por todos os lados por onde eu olhava,
somente via grassar injusti�as...
procurei-a na amizade mas percebi,
na maioria das vezes, que a mesma se esva�a
nos embates das adversidades primeiras...
Procurei-a entre a fraternidade, faculdade,
a mim, que deveria ser inerente ao ser
humano... mas a mesma me afigurou
travestida de interesses outros...
Olhei para tr�s e, no meu af� de encontrar
a t�o decantada paz, procurei-a nos
doces anelos da inf�ncia perdida...mas,
longe estava e n�o consegui alcan��-la
com meus pensamentos sofridos...
Continuei em sua busca mas por onde
passava somente sofrimentos, l�grimas
e chagas de outros seres mais infelizes
que eu mesmo...
Cansado, aturdido e desanimado,
sentei-me em uma das curvas deste
caminho chamado vida...
Quando percebi, me dei conta de grande
carvalho crescido e havia, em meu ego�smo,
sentado sob sua fronte, que oferecia
sombra, sem nada pedir em troca...
Percebi tamb�m, dentro de meu ego
avantajado, pequenina flor que se abria
e, com delicadeza oferecia, mesmo em
detrimento de sua vida, beleza e perfume,
cumprindo seu papel sem reclamos...
De repente, um p�ssaro, sem temer a
conviv�ncia estranha pousou perto de
mim e, sem que pedisse, doce qu�o suave
canto entoou, em troca apenas de umas
migalhas de alimento, que me sobejavam...
Olhei ao c�u, em muda prece, e, encantado,
ainda me dei conta de que o sol nasce
todo dia, independente de agradecimentos,
reconhecimento ou respeito cumprindo sua
tarefa nos dando calor, vida e felicidade...
Envergonhado perante tamanha li��o de vida
que a pr�pria natureza, em sua grandeza,
me dava... levantei-me e voltei sobre
os passos dados...
Reconciliei-me com os amigos n�o perdidos,
sabendo que a hora � sempre aquela que
fazemos, n�o a que esperamos...
Abracei a todos aqueles mais infelizes que
eu mesmo em seu infort�nio e, aturdido,
me deparei perante olhos cheios
de amor e alegria...
Olhei para meu passado e - finalmente !
atingiram-me os ecos da inf�ncia, apenas
esquecida e o riso alegre das horas de
folguedo, vieram c�leres em minha
mem�ria an�mica...
Defrontei-me com a fraternidade,
compreendendo sua import�ncia... as m�os
estendidas, sem outro comprometimento,
falavam mais alto no cora��o
daqueles que com ela compartilhavam...
At� que me deparei com a injusti�a e
percebi que a mesma � o primeiro passo
que devemos dar em busca da Justi�a...
Finalmente percebi que, para achar a paz
que tanto buscava ! Teria, primeiro, de
busc�-la em meu pr�prio ser
e, n�o, em meu ego�smo...
N�O CONHE�O O ABEN�OADO AUTOR