Meus amados, por mais de uma d�cada e meia eu fiz parte da fam�lia Cristina fran�a, uma firma conceituada de cal�ados feminino e por motivos obscuros e alheios a minha vontade fui convidado a me retirar.
N�o sofro pelo trabalho, ele com certeza era emprestado por Deus e chegou a hora de devolv�-lo.
Mas pelos amigos que eu fiz irm�os e em suas vidas eu entrei pela porta da frente e abri as da minha tamb�m.
Minha alma sangra ao ouvir o ru�do da fechadura enferrujada que range com o som t�trico do adeus.
Vou ficar atr�s da porta e quando ela se fechar vou deixar uma �ltima l�grima no capacho que eu mesmo mandei escrever �BEM VINDO�....
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Em Nome do Adeus!
Adeus, a tarde me espera l� fora,
O vento querendo ir embora.
Chama-me, pra isso soprou.
At� de repente criaturas,
At� quem sabe do�uras,
Que pena, a hora chegou!
Tudo aqui tem gosto de adeus,
Cheiro de saudades nos olhos meus.
Tudo est� se despedindo.
Mais um vazio que ganha o peito
Inconformado e insatisfeito
Querendo ficar, mas partindo.
Voc�s s�o parte de mim, minha gente,
Aprendemos com o outro a ser diferente,
Aprendi a lhes querer bem e tanto!
Tantos motivos pra farras
Alaridos e algazarras
Dentro de um m�gico encanto.
Pra que sofrer, se o sofrimento � t�o pequeno?
Eu levo muito de voc�s neste aceno.
Tchauz�o, foram muitos anos
Que, em suas asas, voaram velozmente
E o adeus que rufla inclemente
Tamb�m sofre o desengano.
Me vou, mas fica aqui parte do cora��o
E a outra parte a� chorando de emo��o,
Que falta ir�o me fazer!
Estas flores s�o todos voc�s
E talvez se perguntem por qu�
N�o sei, juro, o que responder.
A gente aprende um dia a amar
E amar rima com chorar,
E � isso que se aprende logo a seguir
A alegria � curta e passageira
Entre a ventura e dor, a segunda � a primeira.
Tudo � mist�rio, o rem�dio � fingir.
Se finge, se cala, se diz,
Faz-se de conta que � feliz,
Vive-se de tanto morrer.
A m�o alcan�a t�o pouco
E �s vezes, um tanto de louco
� urgente pra sobreviver.
Meus amores, amigos s�o anjos que temos
� hora, parto, e dividindo nos vemos
Com a alma medrosa, chorosa, inquieta
N�o viveremos mais no mesmo ninho
O meu adeus envenenado de carinho
S�o rimas chorosas do seu poeta.
Josu� Bas�lio Oliveira
**29/01/09**
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Pela lei n� 9.610/98,
Viol�-los � crime estabelecido
pelo Artigo 184 do C�digo Penal Brasileiro
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