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UMA LINDA TARDE .



Na Sexta-feira Santa a Igreja celebra o Mist�rio da morte de Jesus na cruz.
Ao contr�rio do que podemos imaginar, n�o � um dia de tristeza nem de pranto, mas de profunda reflex�o acerca do car�ssimo pre�o que Nosso Senhor pagou pela salva��o de toda humanidade: oferecendo o dom maior, a pr�pria vida.
Do alto da cruz, a reden��o deixou de ser promessa e se tornou realidade. Rompeu-se o bloqueio entre o c�u e a terra. Nossa comunh�o com Deus, destru�da pelo pecado, foi restabelecida pelo sangue derramado de Jesus. Podemos dizer com S�o Jo�o da Cruz: �Na cruz, quando sofria o maior abandono sens�vel, Cristo realizou a maior obra que superou os grandes milagres e prod�gios operados em toda a sua vida: a reconcilia��o do g�nero humano com Deus, pela gra�a�.
O sacrif�cio da cruz recuperou para todos n�s o Para�so (eternidade), outrora perdido, por causa de nossos pecados. Portanto, a cruz que era considerada objeto de maldi��o (cf. Gl 3,13), tornou-se o trono da gl�ria do Filho de Deus e instrumento de salva��o.
Tamb�m, a morte de Jesus na cruz revelou a condi��o do homem pecador como ser-para-a-morte. Todos pecaram! A humanidade sem Deus � uma humanidade condenada � morte. Jesus sentiu a solid�o da humanidade sem Deus, quando se tornou pecado por n�s: �Meu Deus, por que me abandonaste?� (Mc 15,34). O homem, sem Deus, jaz nas trevas e na sombra da morte. Essa imagem de Jesus Crucificado � a imagem final da humanidade, se ela n�o se converter e permanecer em seu caminho.
Jesus, assumindo nossa dor, experimenta-a na sua mais profunda e crua realidade. Ele sofreu aquilo que na verdade cada pecador deveria padecer. Por�m, ao gritar sua ang�stia, Ele invocou o Pai, chamando-o de: �Meu Deus�, expressando assim, a pr�pria confian�a e certeza de que, apesar de todas as apar�ncias, o Pai n�o est� longe, nem surdo.
Diante da s�plica de Jesus, o Pai n�o o livrou da morte, mas o conduziu � suprema vit�ria. Por essa vit�ria, Cristo estabeleceu seu Reino de Amor, revelou a salva��o a todos povos: �Embora sendo Filho, aprendeu sofrendo o que � obedecer, e j� consumado, chegou a ser causa de salva��o eterna para todos os que lhe obedecem� (Hb 5,8-9).
Nesta perspectiva, podemos refletir sobre o nosso sofrimento, a nossa cruz! Esta � condi��o para seguirmos Jesus, Ele mesmo d� um sentido redentor � cruz, quando afirma: �Quem quiser seguir-me negue a si mesmo, carregue sua cruz e me siga� (Mc 8,34).
Ent�o, ser disc�pulo de Jesus Cristo consiste em percorrer o seu caminho, isto �, n�o desprezar os pr�prios sofrimentos. Seremos vitoriosos no Senhor! Muitas vezes, questionamos os porqu�s destes sofrimentos. Jesus lhes deu um sentido, aplicando-os a servi�o do Pai e em prol da humanidade: �Cristo padeceu por v�s, deixando-vos um exemplo, para que sigais suas pegadas� (1Pd 2,21).
Portanto, sigamos sem medo, sem reservas os passos de Nosso Senhor e que a celebra��o da sua Paix�o nos ajude a compreender que a dor e o sofrimento n�o s�o o fim de tudo, mas o itiner�rio que nos remete �s alegria eternas da Ressurrei��o.





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