
Pudesse eu ser manh�, dessas manh�s primaveras
Invadiria seu quarto, ainda coberto de sono
Pra tomar em minhas m�os o seu fruto em abandono
E lev�-lo a meus l�bios...Ai! meu Deus, como o quisera!
E meus l�bios entreabertos, mordiscariam seu pomo
E a l�ngua doce e morna, ao pincelar sua haste,
Convidaria sedenta pra habitar o meu domo
E nele deixar seu mel...Ai! meu Deus, que isso me baste!
Mas seu fruto, meu amor, j� na minha boca cresce
Minha l�ngua se contorce a sugar todo o volume
Minha flor, bem orvalhada, suplica que se apresse
Desce no canto da boca, um fio de sumo doce
No quarto sumo e orvalho exalam cio-perfume
Flor e fruto se encontram...Ai! meu Deus... verdade fosse...

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