A espera de um milagre.
Ela estava t�o feliz pela posse de um pouco de �gua limpa,
E saiu com o balde na cabe�a como quem leva um trof�u.
Olhos brilhantes, sorriso rasgado,
Possu�a um tesouro: �gua pra beber...
E n�s confortavelmente no sof�, depois de um farto almo�o,
Com o cora��o apertado, n�o pudemos conter as l�grimas
Diante da mis�ria humana que a reportagem mostrava.
A criancinha comia um biscoito que a m�e lhe oferecera.
Biscoito de barro, �gua, sal e manteiga...
A senhora de idade, sem dentes, e sem sorrisos,
Com a face marcada pelas rugas da fome
E do esquecimento,
Vasculha no lixo a esperan�a de um alimento encontrar
E, desolada, desiste, n�o h� o que comer, nem lixo.
Em prece junta as m�os olhando o c�u,
Parada no meio do nada.
E n�s no sof�, nada confort�vel com o que v�amos...
Tanta fome, tanto descaso do mundo, tanto sofrimento...
E o terremoto veio e destruiu o pouco que havia,
E matou milhares de coitados que se arrastavam pela vida,
E que agora jaziam sob os escombros do que chamavam de lar.
Eles esperavam um milagre:
Que o mundo olhasse sua mis�ria
E tivesse compaix�o.
O mundo viu sua pobreza,
Olhou para a fome e a desesperan�a
Do idoso, do jovem, da m�e e da crian�a...
O mundo assistiu a tudo, do sof� de suas salas
T�o distante daquela realidade...
E chorou, lamentou e calou...
Ser� que o milagre, enfim, viera?
E dos escombros nasceria a solu��o?
Ser�, meu Deus?...
L�dia Sirena Vandresen
17.01.2010
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Texto em ingl�s
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