Saudades de Deus.
H� dias em que a alma n�o encontra repouso.
Nesses dias, como ave em busca do ninho,
Ela voa solit�ria, sem destino, sem esposo.
Nem sabe o que busca, procura um caminho.
Nesses dias, n�o h� amor, m�sica, ou cor,
N�o existe perfume, nem sorrisos, s� escurid�o.
E ela perambula, penada, no frio e na dor,
Insens�vel, corrosiva, sem c�u e sem ch�o.
E, neste mundo, n�o h� nada que a possa preencher,
Dissolve-se, como fuma�a, qualquer tentativa terrena,
Perde-se no vazio, n�o encontrando eco a responder,
Quando a alma amargurada sente-se s� e pequena.
Ainda n�o sei por que existem estes momentos,
Algum prop�sito deve ter, talvez seja o deserto.
Como o que Jesus foi tentado em pensamentos,
Saudade de Deus, de cora��o que O quer por perto.
L�dia Sirena Vandresen (08.01.2008)