VENENO
H� algumas �coisas� das quais eu tenho medo.
Entre elas n�o est� o medo de almas penadas,
Nem de enfrentar obst�culos, encarar desafios,
Falar em p�blico, me expor ao rid�culo,
Ser alvo de cr�ticas ou mal interpretada.
Nem de defender meus pontos de vista, com a verdade,
Seja onde for ou com quem quer que seja.
De fato, tenho medo de bem poucas coisas.
At� da morte n�o sei se tenho medo.
Tampouco inimigos declarados eu temo.
Mas tenho pavor de falsos amigos.
Aqueles que sabem silenciar e ouvir com tamanha aten��o
Que arrancam da gente as mais profundas confiss�es,
E depois recolhem no c�lice que sempre t�m � m�o,
Juntamente com o terr�vel veneno
Que nos seus cora��es nunca falta.
Misturam bem como se fosse po��o m�gica,
E transformam a bel prazer as nossas palavras
Para fazerem delas armas poderosas,
Que no momento apropriado usar�o
Contra n�s sem piedade.
Disso eu tenho medo.
L�dia Sirena Vandresen (16.01.08)
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