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O falso brilho.
Conhe�o duas mulheres muito interessantes.
Uma sempre aparece vestida em fina seda, charmosa,
Sapatos altos, cabelos arrumados num belo penteado.
Pele de suavidade invej�vel, boca carnuda e apetitosa,
O olhar � esperto, vibrante, mas arredio e desconfiado.
De porte altivo e senhora de seu poder de sedu��o,
Ela costuma, � primeira vista, inebriar o namorado
Que por ela cai de paix�o.
Seu nome � Mentira.
A outra parece uma camponesa de antigamente.
Veste-se muito sobriamente,
Ou de forma descontra�da e despojada.
N�o usa maquiagem, at� parece descuidada.
Seus cabelos soltos ao vento, indisciplinados,
Ou num coque comportado, n�o despertam aten��o.
Sua boca exibe um sorriso genu�no, lindo,
Mas nem sempre est� sorrindo � primeira m�o.
O olhar � profundo e transmite confian�a,
E o porte altivo, por�m humilde, denota seguran�a.
Seu nome � Verdade.
A Mentira, admir�vel,
Com o passar do tempo, torna-se insuport�vel.
O perfume inebriante que usa,
Misturado ao suor exala horr�vel odor
E da boca sorridente, o mau h�lito acusa.
As j�ias descascam mostrando o metal sem valor.
A roupa n�o mais lhe cai bem, no corpo deformado.
E o olhar que parecia esperto, na miopia � ofuscado.
Quem por ela � seduzido,
Logo percebe o logro ca�do
E pesado � seu fardo a carregar
Porque ela � pegajosa, dif�cil de se livrar.
A Verdade, a princ�pio t�o sem gra�a,
Conquista pela paz e tranq�ilidade,
Para ela o tempo n�o passa,
Conserva sempre a jovialidade.
Seu perfume inebria, mais, a cada dia,
Suas palavras corretas
Indicam o caminho, como setas,
Iluminado no sorriso, agora contagiante,
De quem a escolheu para ser amante.
L�dia Sirena Vandresen (22.02.08)
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