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O rio.
Um rio, como qualquer ser da natureza,
Nasce t�o pequeno, fr�gil, transparente,
L�mpidas �guas vertendo da rocha,
Saudando a vida com o brilho de seus cristais
Refletindo a luz do sol.
Pequenos fios deste tesouro v�o se juntando
A milhares de outros t�o min�sculos quanto
Formando o riacho que segue seu curso,
Serpenteando entre colinas, pedras, montes,
Encontrando e abrindo caminho
Levando a alegria por onde passa.
Ele sabe onde vai, e seu rumo � um s�.
No trajeto, acolhendo seus semelhantes,
Unindo-se a eles, vai se agigantando.
Por�m, como tudo recebe, tudo acolhe,
Suas entranhas v�o se transformando.
Nada resta das l�mpidas �guas que fora.
Carrega consigo as imundices do mundo,
Mas tamb�m a vida que nele agora se prolifera.
Transforma-se, agiganta-se,
Torna-se poderoso, �til, imponente,
Gera vida, alimenta, mata a sede,
Transporta, socorre e mata.
Mas o rumo, o destino que o impele,
Continua o mesmo.
Nada pode mudar isso.
Ele sempre desce.
� uma descida certa que busca o mar,
O porto final onde morre.
Suas �guas doces s�o engolidas pelo oceano
E no sal perde suas caracter�sticas,
Ali ele deixa de ser rio, desaparece.
Sinto-me um rio.
L�dia Sirena Vandresen (12.05.08)
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