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Abandono
Vejo a estrada empoeirada, impass�vel a sumir no horizonte,
J� n�o me alegro com as lembran�as do ontem...
Vejo pessoas sorridentes e sisudas passando por mim,
Nem me encanto com as lindas flores daquele jardim...
Parecem estar muito ocupadas, com pressa pra chegar,
N�o sei aonde e penso: n�o h� tanto o que buscar...
Olho os p�ssaros voando sem destino ou para seu ninho,
Apenas me deixo ficar, sentada na beira do caminho...
Sinto o sol escaldante a ferir meu olhar cansado,
E o frio da incerteza a corroer o peito machucado...
Esquecida de mim mesma, nem me lembro de orar,
Mas, me deixo levar pela brisa que come�a a chegar.
Quanto permane�o ali, nas sombras, n�o posso saber...
Esta ang�stia planeja destruir minha alegria de viver.
Sinto que o corpo abandona a for�a e na dor trope�a
E a alma a desejar o sono profundo que a entorpe�a.
Mas o anjo que nunca me abandona me estende a m�o.
� hora de levantar, e naquele sorriso, saio do ch�o.
Anjo divino, homem menino, de virtudes e pecados,
Leva-me contigo onde os sonhos est�o guardados,
Devolva-me a alegria que tantas vezes fez-se poesia
E a f�, o rem�dio que h� de curar tal melancolia.
Sei bem, anjinho meu, nas horas de d�vidas e dor,
Tentar�s arranc�-las de mim e transform�-las em amor!
L�dia Sirena Vandresen
(16.10.08)
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