A mulher madura οΏ½ assim: tem algo de orquοΏ½dea que brota exclusiva de um tronco, inteira.
NοΏ½o οΏ½ um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhοΏ½s.
A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiaοΏ½οΏ½o que vem dos
dentes e dos olhos, nos extasia.
Mas a mulher madura tem um som de adοΏ½gio em suas formas.
E atοΏ½ no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a subtileza de um oboοΏ½ sobre a campina do leito.
A boca da mulher madura tem uma indizοΏ½vel sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto.
Ela conheceu a traiοΏ½οΏ½o e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensοΏ½o de outros corpos.
Por isto as suas mοΏ½os sοΏ½o lοΏ½ricas no drama e repοΏ½em no seu corpo um aprendizado da macia
paina de Setembro e Abril.
O corpo da mulher madura οΏ½ um corpo que jοΏ½ tem histοΏ½ria. inscriοΏ½οΏ½es se fizeram em sua superfοΏ½cie.
Seu corpo nοΏ½o οΏ½ como na adolescοΏ½ncia uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece seus mecanismos,
apalpa suas mensagens, decodifica as ameaοΏ½as numa intimidade respeitosa.
Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido nοΏ½o sabem o que perderam em nοΏ½o esperοΏ½-la madurar.
Ali estοΏ½ uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar
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