Nos Bosques, Perdido (Pablo Neruda)
Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um cora��o partido.
Algo que de t�o longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e �mida treva das folhas.
Por�m ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avel� cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as ra�zes
que abandonei, a terra perdida com minha inf�ncia,
e parei ferido pelo aroma errante.
N�o o quero, amada.
Para que nada nos prenda
para que n�o nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que n�o disseram as palavras.
Nem a festa de amor que n�o tivemos
nem teus solu�os junto � janela...
Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um cora��o partido.
Algo que de t�o longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e �mida treva das folhas.
Por�m ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avel� cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as ra�zes
que abandonei, a terra perdida com minha inf�ncia,
e parei ferido pelo aroma errante.
N�o o quero, amada.
Para que nada nos prenda
para que n�o nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que n�o disseram as palavras.
Nem a festa de amor que n�o tivemos
nem teus solu�os junto � janela...