Cec�lia Meireles
Discurso aos infi�is
Por que chorar de saudade,
se me resta o longo mar sonoro e vazio,
a flor perfeita, a estrela certa,
e a can��o que o p�ssaro vai borlando ao vento?
Por que chorar de saudade,
se me resta um jardim de palavras,
e os bosques do eco
e �stes caminhos da mem�ria me pertencem?
Por que chorar pelo que me levais,
se � maior o que fica:
se a sombra em que voa recordo � mais bela que o vosso vulto,
se n�o podeis ser em v�s o que em mim sois,
se em v�s morreis e em mim ressuscitais?
� melhor n�o ficar jamais com quem nos ama.
O amor � um compromisso de grandeza,
o amor � uma vig�lia incans�vel...
e aparentemente v�.
Passai, parti, deixai-me, v�s que, no entanto,
parecestes um momento mais ador�veis
que o mar, que a flor, que a estrela,
que a can��o que um fr�gil p�ssaro vai borlando no vento...
�reis o vento, apenas.
Por que chorar de saudade,
se me resta o longo mar sonoro e vazio,
a flor perfeita, a estrela certa,
e a can��o que o p�ssaro vai borlando ao vento?
Por que chorar de saudade,
se me resta um jardim de palavras,
e os bosques do eco
e �stes caminhos da mem�ria me pertencem?
Por que chorar pelo que me levais,
se � maior o que fica:
se a sombra em que voa recordo � mais bela que o vosso vulto,
se n�o podeis ser em v�s o que em mim sois,
se em v�s morreis e em mim ressuscitais?
� melhor n�o ficar jamais com quem nos ama.
O amor � um compromisso de grandeza,
o amor � uma vig�lia incans�vel...
e aparentemente v�.
Passai, parti, deixai-me, v�s que, no entanto,
parecestes um momento mais ador�veis
que o mar, que a flor, que a estrela,
que a can��o que um fr�gil p�ssaro vai borlando no vento...
�reis o vento, apenas.