...Diz: � que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descal�a,
Crian�a louca � sobre um ch�o de brasas!
No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
�brio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!
Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inoc�ncia que teu l�bio encerra,
E tu serias no lascivo abra�o,
Anjo enlodado nos pauis da terra.
Depois... desperta no febril del�rio,
� Olhos pisados � como um v�o lamento,
Tu perguntaras: que � da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...
Oh! n�o me chames cora��o de gelo!
Bem v�s: tra�-me no fatal segredo.
Se de ti fujo � que te adoro e muito!
�s bela � eu mo�o; tens amor, eu � medo!...
Autor: Casimiro de Abreu