O amor, t�o nobre, t�o denso, t�o intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito at� a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque n�o h� mais interesse ou atra��o, sei l�, v� saber o que interrompe um sentimento, � mist�rio indecifr�vel. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina s� de um lado, nunca se encerra em dois cora��es ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. D�i em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper n�o � f�cil, quebrar rotinas � sempre traum�tico. Al�m do amor existe a amizade que permanece e a presen�a com que se acostuma, romper um amor n�o � bobagem, � fato de grande responsabilidade, � uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si pr�prio, ainda que com menos gravidade.
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