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Todas as manh�s, bem cedo, antes de o orvalho secar em meu jardim de hort�nsias, refugio-me num pequeno promont�rio.
Dali, observo o mar.
O brilho se faz luz e, em mim, as sombras se desvanecem.
Fixo-me na paisagem oce�nica, finjo ignorar as borboletas e colibris que me volteiam intrigados, deixo-me impregnar pelo perfume das hort�nsias.
O mar despontou e o dia se expande em mim.
Aos poucos, desarmo-me de um sono turbulento, entremeado de pesadelos, e me encho da paz que me absorve quando fecho os olhos e apago o mar.
Apesar de tantas auroras, sei que dentro de mim h� um oceano vazio, escuro, impenetr�vel.
Entretanto, meu destino est� tra�ado: � nele que devo me afogar.
Nessa vacuidade s� Deus pode servir de t�bua a um n�ufrago como eu.
(Eugenio Santana � fragmentos)
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